Por Janice Miranda
O Brasil ocupa a penúltima posição no ranking entre países do Mercosul, em relação ao número de pessoas que possuem o ensino médio na faixa etária de 25 a 64 anos. O levantamento, do World Education Indicators (WEI), realizado pela Unesco com dados de 1999, revela que 25,1% dos brasileiros possuem o ensino médio completo.
O Chile ficou na melhor posição, com 44,4% das pessoas na mesma faixa etária que terminaram o ensino médio. Na Argentina e no Uruguai, respectivamente, 41,8% e 32,1% da população de 25 a 64 anos concluíram pelo menos esse nível de escolarização. Entre os cinco países pesquisados, o Brasil só ficou à frente do Paraguai.
O Diretor de Tratamento e Disseminação de Informações sobre Educação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da educação (Inep/MEC), José Marcelino Rezende, reconhece que o Brasil, historicamente esteve aquém dos países da América do Sul, mas afirma que esses dados estão melhorando.
Segundo Marcelino, outro fator seria o atraso na idade média em que o estudante brasileiro freqüenta a escola. “Existem pessoas, hoje, no Brasil com 27, 28 anos que estão no ensino médio. Elas não aparecem na estatística”, afirma.
O estudo mostrou que a situação do Brasil também deixa a desejar em relação ao ensino superior. Dentre os países do Mercosul, apenas 7,5% dos brasileiros declararam ter feito um curso superior, contra 13,7% na Argentina, 9,5% no Chile e 9,1% no Uruguai.
Para Marcelino, isso acontece porque existe uma defasagem na oferta de vagas. “Se compararmos a população de 18 a 24 anos na faixa etária ideal para fazer universidade, com a matrícula na educação superior, vai dar cerca de 12%. Essa mesma conta na Argentina daria em torno de 35%. Apesar da grande expansão do ensino superior, a nossa oferta ainda é proporcionalmente menor do que a de outros países”, informa.
Os altos índices de repetência registrados no sistema educacional brasileiro também seriam responsáveis pelo mau desempenho do país. “Em função da repetência, as pessoas chegam no ensino médio e superior com idades muito acima da esperada. Isso contribui para jogar a estatísticas brasileiras para baixo”, constata o diretor.
Fonte: Agência Brasil