Enquanto servidores do Judiciário Federal de vários estados protestavam na porta do Supremo Tribunal Federal [STF] nesta quinta-feira, 19 de abril, alguns veículos da grande imprensa estiveram lá fazendo a cobertura do ato, denominado “Adeus Peluso”. Na manifestação, os servidores demonstraram a insatisfação da categoria com a atuação tímida do ministro Cezar Peluso, como chefe do Supremo, em não garantir a autonomia do Judiciário e também em não negociar, efetivamente, com o Palácio do Planalto a votação do PL 6613/09, que revisa o PCS. O ato foi para dar um “adeus” ao ministro, que durante os seus dois anos à frente do órgão pouco fez para que a tramitação do PCS avançasse.
O jornal Correio Braziliense, na matéria Protesto na Justiça Federal, deu destaque à reivindicação da categoria pela aprovação do PCS. Veja abaixo o inteiro teor da matéria, publicada na página 12, do caderno de Economia.
Protesto na Justiça Federal
Ana Carolina Dinardo
Correio Braziliense
Servidores da Justiça Federal protestaram ontem em frente ao Supremo Tribunal Federal [STF] por aumento de salário. A categoria reclama da demora na tramitação do PL 6613/09, que emperrou na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. O projeto estabelece um Plano de Cargos e Salários e prevê reajuste da folha de pagamento em 30%. Com apitos e faixas, os manifestantes tinham como objetivo chamar a atenção do novo presidente do STF, Carlos Ayres Britto, empossado ontem, além de criticar o ex-presidente da Corte, Cezar Peluso.
Os servidores afirmam que estão dispostos a retomar as conversas com o governo para garantir, sobretudo, a revisão salarial. Eles alegam que não há reajuste desde 2009. Hoje, um auxiliar judicial ganha, em média, R$ 1,5 mil e um servidor no fim da carreira, R$ 6,5 mil. 'Queremos apenas valorizar o nosso trabalho e que o novo ministro tenha atitudes diferentes do seu antecessor', afirmou um dos coordenadores da Fenajufe, Ramiro Lopes.
Jean Loiola, também coordenador da federação, disse que a manifestação motivou ainda mais a categoria na luta para que o Plano de Cargos e Salários não fique estagnado. Ele ressaltou que as próximas atividades serão de caráter nacional. Para isso, será definido um calendário de mobilizações por todo o país no período de 4 a 6 de maio. 'Temos que retomar com força a nossa indignação e vamos, também, pedir o apoio efetivo do ministro Ayres Britto para marcarmos a mesa de negociações com o governo federal', ressaltou.