Por Janice Miranda
O presidente Néstor Kirchner reiterou ontem que não cederá às exigências dos Estados Unidos e do FMI para elevar os pagamentos da dívida externa da Argentina. As declarações constam de uma entrevista publicada na edição de domingo do diário Clarín, o jornal de maior circulação do país.
Kirchner chega nesta manhã a Monterrey, no México, onde participa da Cúpula das Américas, e tem agendadas reuniões com o presidente George W. Bush (amanhã) e com o diretor-gerente do Fundo, Horst Kohler (hoje). O ministro da Economia, Roberto Lavagna, que não estava escalado para integrar a delegação argentina desde hoje, mas já viajou para o México diante das tensas negociações em perspectiva.
A posição argentina é de reduzir em 75% sobre o valor nominal o pagamento da dívida de US$ 81 bilhões contraida pela Argentina junto a bancos privados estrangeiros – e que não é paga desde dezembro de 2001. A proposta, feita por Buenos Aires em outubro passado, é “irremovível”, disse o presidente ao Clarín.
Kirchner também se recusou a renegociar a meta de superávit primário de 3% do PIB, acertada com o FMI num acordo duramente negociado em setembro último. O fundo reeditou nos úiltimos dias a pressão em favor de 4% de superávirt. Mas, para o titular da Casa Rosada, isto “seria colocar em perigo o crescimento”.
A Argentina convalesce de uma depressão econômica sem precedentes, que fez o seu PIB recuar 11,9% em 2002. No ano passado houve um início de recuperação, de 7%, e este ano os economistas locais prevêem um crescimento de 6%. É na tentativa de garantí-los que Kirchner proclama sua firmeza “irremovível”.
Fonte: Diário Vermelho