Por Marcela Cornelli
Segundo o Sintufsc (Sindicato dos Trabalhadores da UFSC), a administração da UFSC chamou a PM ontem (2/8), para impedir a mobilização da categoria, que está em greve desde o dia 23 de junho, pelo cumprimento do acordo entre o governo e a Fasubra.
De acordo com o sindicato, para impedir a manifestação dos trabalhadores, o reitor em exercício, Ariovaldo Bolzan, vice de Lúcio Botelho, que estava em Brasília, foi orientado pela Procuradoria da UFSC a chamar a polícia militar. Sendo a UFSC área federal, a PM só atua dentro do Campus a pedido da própria administração.
A atividade de greve começou por volta da 8h, quando carros de som foram distribuídos em pontos do Campus. Durante toda a manhã, houve panfletagem junto à comunidade universitária.
Segundo o Sintufsc, logo depois do meio-dia, um policial militar abordou um trabalhador contratado para manter o som. O policial disse ao operador do som que, se o aparelho não fosse desligado, seriam recolhidos o carro e a carteira de motorista.
A Coordenação Local de Greve se dirigiu ao gabinete do reitor para ter explicações sobre essa atitude. Contactado por telefone, o chefe de gabinete, Aureo Moraes, informou que a vinda da PM havia sido orientada pela Procuradoria, que é um órgão da universidade.
Segundo o sindicato, o reitor em exercício alegou que estava havendo “violação da lei do silêncio” por parte dos trabalhadores em greve. Ainda de acordo com o Sintufsc, Bolzan disse também que a polícia foi orientada a não fazer nenhum tipo de ação, e sim “esclarecer” os trabalhadores.
A Coordenação Local de Greve rebateu a afirmação, dizendo a Bolzan que a intervenção, por si só questionável, não havia se limitado a isso e ele respondeu que: “Se vão fazer ou estão fazendo algo além disso (esclarecer), o problema é da PM”.
Para o sindicato, a atitude da administração da UFSC que mandou chamar a PM é uma mostra de incapacidade de negociação e de postura anti-democrática.
Fonte: Sintufsc