A greve dos servidores do Judiciário Federal do Rio completa dois meses nesta terça-feira, 6 de julho. Mas os grevistas decidiram não recuar e seguem mobilizados para pressionar um acordo orçamentário entre o governo federal e o STF que leve à aprovação, pelo Congresso, do PL 6.613/2009 – que reajusta os salários do Judiciário em 54,6%
Os servidores do Judiciário não aceitam o indicativo de negociar o PCS somente após as eleições. Um ato público foi realizado nesta segunda-feira [5] em frente ao TRE como parte da estratégia de mobilização do Comando de Greve. “Temos que mostrar nossa capacidade de luta. Temos que fazer o Cezar Peluso, o presidente Lula, o Ricardo Lewandowski acordarem preocupados com a greve do Judiciário. Todos os servidores do Rio, principalmente do TRE, têm o compromisso de participar da greve e mobilizar”, enfatizou o diretor sindical Moisés Leite.
Durante a manifestação, o coordenador executivo da Fenajufe, Valter Nogueira Alves, explicou aos servidores como ocorreram as negociações em Brasília. Valter foi enfático ao afirmar que as negociações para a aprovação deste PCS são as mais difíceis já enfrentadas pela categoria.
Para ele, neste momento, além do governo, os trabalhadores do Judiciário têm como inimigos, o próprio Judiciário e a mídia tradicional. “Sofremos ataques diariamente da mídia, que classifica nosso reajuste com expressões como pacote de bondades e até “projeto marajá”, sempre com uma tabela já com valores distorcidos”, destacou o dirigente, que também leu trechos de reportagens de diversos jornais.
Valter Nogueira Alves, também criticou a postura do presidente do STF, Cezar Peluzo – que não defendeu os interesses dos servidores na reunião com o presidente Lula na última quinta-feira, 1º de julho. Para o dirigente sindical, o Poder Judiciário é independente e autônomo. “Tem orçamento próprio e não será o governo que irá inviabilizar o reajuste dos servidores”, disse ele. E completou: “Foi dessa forma que Ellen Gracie foi negociar com o governo. Peluzo entubou o indicativo de reajuste só depois da eleição proposto pelo governo sem contestar”.
Fonte: Sisejufe-RJ