A Agência Carta Maior, um dos principais veículos alternativos de informação do País, pela Internet, passa por dificuldades para manter o sítio no ar. O assunto já foi abordado na página do Sintrajusc há alguns dias, e volta a ser tratado em função da repercussão que a possibilidade do fechamento atingiu. Diante dessa possibilidade, negativa sob todos os aspectos para a qualidade da informação no Brasil, a sociedade se mobilizou. O resultado pode ser conferido no editorial publicado no sítio da Carta Maior, e transcrito abaixo. É um grande estímulo para quem se preocupa com os rumos da comunicação no Brasil saber que um sítio do nível do Carta Maior continuará em atividade, apesar de todas as dificuldades.
Às leitoras e aos leitores
Em primeiro lugar, queremos esclarecer que ficamos fora do ar de 30/3 a 3/4 por problemas técnicos. Desde alguns meses, nosso banco de dados ficou sem atualização por falta de recursos, o que terminou provocando esta pane que coincidiu com a divulgação de nossa crise. Prevemos a normalização total dos trabalhos logo após o feriado de Páscoa. Agradecemos a enorme solidariedade de nossos leitores, que, diante da iminência do fechamento de Carta Maior, pediram e até exigiram que nossa página não saísse do ar. As inúmeras mensagens recebidas ressaltavam a importância de pensamentos alternativos aos dominantes na imprensa conservadora, que se quer hegemônica na área, para a democracia da comunicação no Brasil.
Essa corrente de solidariedade contribuiu decisivamente para motivar-nos. Em reunião em que participaram a redação, os técnicos e o diretor-presidente da Carta Maior, Joaquim Ernesto Palhares, tomou-se a decisão de que Carta Maior dará continuidade a seus trabalhos.
Além disso, também se abriram novas possibilidades de publicidade e patrocínio, que ficarão evidentes em futuro próximo. Sem isso, é claro que a Carta Maior não teria condições de continuidade. Mas sem o ânimo trazido pelos leitores e pelas leitoras que a nós acorreram com suas mensagens públicas ou particulares, seus telefonemas, com a divulgação de nossa situação em outras páginas, rádios, revistas, blogues e outros veículos, dificilmente teríamos encontrado as energias necessárias para a manutenção de nossa luta pela democracia nas comunicações através dessa página já histórica na imprensa brasileira.
Outra manifestação a nos infundir ânimo foi, diante de nosso chamado, a de ter aumentado o cadastramento de leitores e leitoras para receber nosso boletim diário. Estamos recebendo mais de 100 novas adesões por dia.
Quantos militantes teremos no Brasil (fiquemos só no Brasil, mas lembremos que o alcance da internet é mundial) das inúmeras causas que se acumulam na luta por uma sociedade mais justa? 500 mil? Um milhão, entre partidos, sindicatos, ongues, associações de bairro, igrejas etc? Entretanto, há uma semana a página da Carta Maior registrava exatos 33.093 assinantes cadastrados, que recebem nosso boletim em seu endereço eletrônico tão logo a página é atualizada. Era um número significativo, mas insatisfatório.
Sabemos que nossos artigos e matérias circulam na internet, são reproduzidos em outras páginas e blogues, são enviados para redes de internautas num alcance muito maior do que o destes números: 33.093 assinantes, 300 a 400 mil acessos por mês. Precisamos potenciar esse alcance através do cadastramento, transformando nossa receptividade num fato político através de seu registro. E queremos lembrar: uma luta como essa não é só da Carta Maior. Ela interessa a todos os veículos de comunicação, leitoras e leitores empenhados na luta por diminuir a desigualdade e varrer a iniqüidade da sociedade brasileira. A democratização da comunicação no Brasil é fundamental para consolidar o exercício da cidadania como patrimônio coletivo de todos os brasileiros.
A todas e a todos que se manifestaram ou acompanharam esse momento de dúvida da Carta Maior, o nosso muito obrigado. A luta continua.
Pela Redação,
Flávio Aguiar
Editor Chefe
Fonte: Agência Carta Maior