Apagão é sucesso e mostra disposição de luta

STF decide manter proposta original    
            O dia do apagão do Judiciário nesta terça-feira, cumpriu seu objetivo de mostrar a unidade da categoria em todo o país em torno da luta pela aprovação imediata do PCS. Foi um dia de grande mobilização com a participação de muita gente que ainda não decidiu entrar de vez na greve que completará um mês no próximo domingo. Na Justiça do Trabalho um grande número de pessoas, principalmente do tribunal, onde a greve é menor, desceu e participou da greve e do ato em frente ao TRE. Na Justiça Federal, o número de grevistas triplicou e na Eleitoral, além do aumento do número de grevistas na capital, o movimento já atinge 43 Zonas Eleitorais que paralisam suas atividades por duas horas diárias das quais muitas pararam ontem pelo dia todo. Por volta das 16 horas, os servidores das três Justiças se concentraram em frente ao TRE para a realização de um Ato Público que contou com a cobertura de jornais e TV. Após relato das negociações em Brasília, todos os setores presentes foram chamados e vários servidores da capital e do interior se manifestaram. Aguardava-se com certa apreensão, o resultado de uma reunião entre o Comando Nacional de Greve e o STF, que deveria anunciar sua proposta para as negociações que, no entanto, só ocorreu mais tarde. O apagão funcionou tão bem que muitas pessoas falavam em fazer um por semana. O Ato foi encerrado com o Hino Nacional e a tradicional bandeira que se transformou em símbolo da greve.
STF decide manter proposta como está
 
Na noite de ontem, o Comando Nacional de Greve reuniu com o Diretor Geral do STF e manifestou nossa preocupação quanto ao tempo e aos problemas que teríamos, caso fosse negociada alguma proposta diferente da que viemos defendendo nesse último período. Segundo Alcides Diniz, o STF decidiu manter a proposta da forma em que está tramitando e discutir, no máximo, um parcelamento talvez em duas vezes, mas acredita que o governo vai insistir em implementar somente a partir do ano que vem. Ele também informou que no máximo até sexta-feira deverá se reunir com o Ministério do Planejamento para discutir a revisão salarial e reafirmar a posição do STF favorável ao projeto original. Os diretores gerais dos demais tribunais superiores também deverão participar dessa reunião, com o objetivo de defender a posição da cúpula do Judiciário.
O Comando esteve também no CNJ, diante da preocupação com a consulta feita pela Comissão do Trabalho ao órgão sobre a necessidade equivocadamente apontada por Paulo Bernardo do projeto ter que voltar para lá. O CNJ, no entanto informou que já está respondendo negativamente a consulta.
Comando orienta fortalecimento da greve em todo o país
Após um amplo debate, com base na reunião no STF, o Comando concluiu   que o governo continua apostando no esgotamento do tempo para a tramitação dos PLs 6613/09 e 6697/09. O fortalecimento da greve, com a adesão daqueles estados que ainda não paralisaram suas atividades é visto como a única alternativa no momento. “Apesar de o STF nos garantir que tem se empenhado para agilizar as negociações em torno da nossa proposta, não podemos acreditar que está tudo resolvido, porque na verdade não está. Aumentar a nossa paralisação é tarefa imperiosa para os sindicatos e para categoria”, orienta Evilásio Dantas, que também esteve na reunião com o STF.
O Comando Nacional de Greve decidiu, ainda, promover, um grande ato público unificado no dia 8 de junho, em frente ao STF, e um trabalho de corpo a corpo junto aos deputados no dia 9 de junho. Para isso, orienta que todos os sindicatos enviem caravanas a Brasília na próxima semana. “Vamos lotar a porta do STF na próxima semana, mostrando à cúpula do Judiciário Federal que não sairemos da greve sem o PCS aprovado”. “Sabemos que o governo continuará apostando no esgotamento do tempo, mas não vamos desistir, pelo contrário devemos é intensificar as nossas mobilizações”, ressalta Antônio Melquíades.
O próximo passo da luta será a posição do governo diante da “proposta” do STF de manter o projeto como está e da exigência da categoria de que o PCS seja impelentado este ano. Até sexta-feira poderemos saber o que passa pela cabeça do governo e o que o Judiciário pretende fazer para bancar sua posição. De nossa parte resta fortalecer a greve.