Por Marcela Cornelli
Terminou sem acerto a reunião realizada hoje, no gabinete do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), entre os líderes dos partidos que compõem a base governista e os da oposição para concluir a votação da reforma tributária. A intenção dos aliados era enxugar as emendas ou fechar um acordo de procedimento (juntar todas em uma só, que contemple interesses comuns).
No entanto, mesmo sem entendimento, o vice-líder do governo na Câmara Beto Albuquerque (PSB-RS) afirmou que os deputados votarão ainda hoje as emendas aglutinativas (que sugerem alterações a determinado ponto da proposta). Os destaques, segundo ele, ficarão para esta quarta.
Pelas contas do vice-líder, foram apresentadas 44 emendas ao texto, além de oito destaques de bancada (que pedem a supressão de determinado ponto). Os aliados tentarão derrubar 26 emendas sob o argumento de que são repetitivas.
“Elas têm efeito protelatório, apenas para atrasar a votação; é uma manobra do PFL para dificultar a votação da reforma no plenário”, disse Albuquerque.
O líder do PFL na Casa, José Carlos Aleluia (BA), rechaçou a idéia e afirmou que seu partido está amparado no entendimento da Mesa. Disse ainda que a legenda tentará obstruir a votação.
O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), disse que as negociações para a votação de hoje ainda não estão concluídas.
No caso das emendas, as legendas que propõem as mudanças têm que conseguir 308 votos para aprovar a proposta. No caso dos destaques, é o governo que tem que ter os 308 votos.
Fonte: Folha On Line