A crise grega pode ser pior que a quebra do Lehman Brothers. A afirmação é de Robert Preston, editor de Economia da BBC News, ao avaliar os possíveis impactos de uma moratória da Grécia, um país à beira da convulsão social. “Essa hipótese, se concretizada, teria consequências potencialmente catastróficas para credores não apenas dos 240 bilhões de euros da dívida soberana grega, mas também para credores de centenas de bilhões de euros da dívida comercial grega e de outras dezenas de bilhões de euros de contratos de derivativos relacionados à dívida grega. Um calote também aumentaria o risco de empréstimo para a Irlanda e Portugal, desencadeando amplas perdas adicionais de centenas de bilhões de euros em empréstimos a esses países e seus respectivos bancos”, diz Preston.
A receita do FMI e do Banco Central europeu para a Grécia significa, entre outras coisas, demissão de servidores públicos em massa, privatização e cortes orçamentários que afetarão os serviços públicos. O povo grego não parece estar disposto a pagar esse preço e pressiona o governo e o Parlamento a não aceitar esse receituário.
A Carta Maior vem acompanhando a situação da Grécia e de outros países atingido pela crise financeira e econômica na Europa e na América. O Especial Desordem Financeira traz um conjunto de análises e artigos sobre esse tema. Selecionamos alguns destes textos para o feriado desta quinta-feira, pois a escalada de greves e protestos na Europa vem crescendo nas últimas semanas e suas repercussões dizem respeito ao mundo inteiro.