Na tarde desta quarta-feira (30), dirigentes do Sintrajusc e servidores da Justiça do Trabalho de Santa Catarina se reuniram com o presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 12ª Região, o desembargador Edson Mendes de Oliveira e a equipe do seu gabinete. O objetivo do encontro foi iniciar as tratativas referentes à negociação dos dias parados durante a greve, uma das mais importantes da história da categoria, com duração de mais de cem dias.
De acordo com o desembargador, a proposta inicial de reposição dos dias parados deve seguir a resolução do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). O presidente propôs a compensação através de duas horas extras de trabalho diárias durante um ano.
Segundo os sindicalistas, essa proposta fere o direito de greve, pois tem um caráter punitivo, sobrecarregando aqueles que aderiram ao movimento de forma ativa, dedicando-se às atividades de mobilização e articulação da categoria para pressionar as instâncias competentes pela reposição salarial, estagnada desde 2006. Os servidores também argumentaram que é possível a flexibilização da proposta, pois a presidência do TRT tem autonomia para negociar com os trabalhadores.
Para a presidência do TRT, o CSJT estabeleceu parâmetros e é preciso segui-los. No entanto, acatou o pedido do sindicato, abrindo negociação para que se encontre uma proposta razoável que atenda a demanda administrativa sem prejudicar os servidores que participaram do movimento grevista.
O Sintrajusc protocolará, até segunda-feira (5), uma proposta de acordo e solicitou que não seja comandado nenhum corte de ponto no decorrer das negociações. A presidência do TRT se comprometeu com o não corte do ponto relativo aos dias que antecederam 22 de setembro, data em que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) concedeu liminar que determina o corte em caso de não encerramento da greve.