Cerca de 5 mi pessoas tomaram as ruas de Florianópolis nesta quarta-feira, 15, contra o Projeto de Lei (PL) 4.330, que possibilita a terceirização de atividades-fim, e contra as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, que retiram direitos do seguro-desemprego e da pensão por morte.
Em todas as 27 capitais brasileiras houve atos e paralisações como um recado ao Congresso Nacional, que nessa mesma quarta, pressionado, decidiu adiar a conclusão da votação.
Em Florianópolis, a concentração começou na frente da Catedral, com caminhada pelas ruas centrais da Capital até o Terminal Central (Ticen). Trabalhadores de várias categorias participaram do ato, com destaque para os professores estaduais, que, em Assembleia com mais de três mil pessoas, decidiram, por unanimidade, acatar a deliberação do Comando de Greve e continuar a greve na luta contra o pacote de medidas do governo Raimundo Colombo que retira direitos da categoria. Várias faixas e cartazes também se posicionaram contra o oligopólio dos meios de comunicação, com os dizeres “Fora Globo” e “Fora RBS”.
Todas as falas de representantes das Centrais Sindicais e sindicatos denunciaram as graves consequências que a aprovação do PL 4330 irá trazer aos trabalhadores.
Estudos mostram que o terceirizado, em média, trabalha três horas a mais, recebe 25% a menos pelo mesmo serviço, fica 3,1 anos a menos no emprego do que trabalhadores contratados diretamente e está mais expostos a acidentes de trabalho por conta do menor tempo de treinamento.
O coordenador do SINTRAJUSC Caio Teixeira, sem sua fala aos trabalhadores, destacou que os operadores do direito na área trabalhista também estão preocupados com as consequências do projeto, como demonstram as manifestações das associações de magistrados. Ele citou o exemplo de terceirizados de limpeza do TRE-SC, que só receberam seus salários e demais direitos depois de uma liminar da Justiça do Trabalho de Santa Catarina. Eles foram dispensados no mês de janeiro, sem receber saldo de salário, benefícios e verbas rescisórias.
Nessa sexta-feira, 17, as Centrais Sindicais, sindicatos e movimentos se reúnem em Florianópolis para avaliar o Ato e organizar as atividades de 1º de Maio.