MARCHA PRESSIONA E STF RECEBE SERVIDORES. GREVE EM SC SE AMPLIA

Os servidores da Justiça Federal em Rio do Sul fazem paralisação nesta quinta e sexta-feira e se somam aos colegas de Chapecó, Criciúma e Lages, que também estão realizando paradas diárias, e aos de Florianópolis, Laguna, Caçador, Blumenau e Itajaí, que aderiram à Greve. Os servidores da Justiça do Trabalho também paralisam hoje e amanhã das 14 às 16 horas, e o TRE mantém a paralisação diária das 13 às 14 horas, com debate sobre saúde.
 
Marcha e repressão
Nesta quarta-feira (27/08), mais de mil servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União saíram em marcha da Catedral de Brasília até o STF (Supremo Tribunal Federal), onde ocuparam a Praça dos Três Poderes. No caminho, eles pararam totalmente o trânsito em frente ao Palácio do Planalto por mais de meia hora, com a realização de manifestação para mostrar à presidente Dilma a insatisfação da categoria pela intransigência do Poder Executivo em não negociar. SC estava representada por Paulo Koinski e Tom Spíndola.
Já na Praça dos Três Poderes, manifestantes ocuparam a rampa do STF e foram duramente reprimidos pela Polícia Militar, que chegou a utilizar spray de pimenta para dispersar o grupo. A segurança do Supremo também fez questão de mostrar truculência e chegou a intimidar servidores. Pouco depois a situação se acalmou e logo uma comissão formada por dirigentes da Fenajufe e do Sindjus/DF foram recebidos pelo diretor geral do STF, Amarildo Vieira. 
Na reunião, Amarildo informou que, ainda esta semana, encaminhará à Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, um novo texto para o PL 6613/09, assinado pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski, com o mesmo teor do substitutivo anterior, inclusive o impacto orçamentário.
Esta iniciativa tem o objetivo de sanar um problema de vício formal, uma vez que o ex-presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, havia delegado a assinatura do documento ao então diretor geral. Lewandowski também enviará nova mensagem ao Executivo dando ciência sobre o envio do novo texto à Câmara. Além disso, o presidente do STF enviará um Projeto de Lei de reajuste para os magistrados.
Ao ser cobrado pelos sindicalistas, Amarildo informou que até o momento o STF não tem reunião marcada com o governo para discutir as reivindicações do Judiciário para o orçamento de 2015. Ele manifestou a possibilidade de que seja realizado um contato ainda esta semana, mas disse que, na impossibilidade de acontecer uma reunião entre Lewandowski e Dilma, o novo texto do PL 6613/09 será encaminhado à Câmara com impacto integral em 2015.
Como ainda não há nada de concreto com relação à garantia de reposição salarial, a pressão sobre Lewandowski e Dilma aumentará até que haja uma negociação com resultados práticos. Atualmente a greve por tempo indeterminado está se fortalecendo e já está em curso na base de dez sindicatos. São eles Sindjus/DF, Sindiquinze/SP, Sintrajufe/RS, Sintrajusc/SC, Sindijufe/MT, Sindjufe/BA, Sintrajud/SP, Sisejufe/RJ, Sintrajurn/RN, Sintrajufe/PI. 
Outros sindicatos estão se mobilizando e realizando diversas paralisações, com possibilidade de adesão à greve em breve. A greve já paralisa atividades também em ao menos oito TREs (São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Paraíba).
 
Defasagem
Os servidores do Judiciário são a categoria com maior tempo de defasagem salarial dentre os servidores federais (desde 2006, ano do último Plano de Cargos e Salários) e consideram que a  greve representa a única alternativa para a reposição das perdas.
Na terça-feira (26), representantes dos Sindicatos da Fenajufe foram recebidos pelo presidente do TST, ministro Barros Levenhagen, para solicitar sua atuação junto aos demais integrantes da cúpula do Judiciário para viabilizar o reajuste dos servidores no PLOA 2015. 
O presidente Levenhagen se comprometeu a atuar junto com o presidente do Supremo, ministro Lewandowski, quando for chamado para auxiliar nessa tarefa. Afirmou que está à disposição e que entende a necessidade de fazer essa defesa, pois o Judiciário tem tido perdas nos quadros de magistrados e servidores e considera necessário buscar um entendimento com o Executivo para valorizar os Recursos Humanos. Por tudo isso a greve precisa crescer, especialmente nesses dois dias que faltam para fechar agosto!