Por Janice Miranda
A delegação do Brasil estará entre as maiores que participam a partir de hoje do Fórum Social Mundial 2004, em Mumbai, na Índia. O país, com 400 inscritos, deverá ser superado apenas por Alemanha, França, Paquistão e Japão. Ao todo, o Fórum receberá 2.660 organizações de 132 países. O número não assusta se comparado ao da última edição do evento realizado em Porto Alegre, em janeiro de 2003, quando a capital gaúcha recebeu 100 mil participantes. Mas é alto por se tratar do primeiro FSM na Ásia.
O local escolhido pelos indianos para receber o FSM, uma antiga fábrica de turbinas fechada há 10 anos, também tem um pouco de simbólico, segundo o sindicalista Gautam Mody, membro do comitê organizador indiano. “Isso aqui foi um dos berços do capitalismo indiano, e hoje recebe o maior evento anti-globalização neoliberal do mundo”. O local alugado pelo comitê indiano se transformou num centro de exposições há poucos anos e é a primeira vez que será totalmente ocupado por um único evento.
Ali, em cinco grandes auditórios, com capacidade média de 8.000 pessoas, o Fórum espera receber cerca de 100 mil ativistas. O número subiu nas últimas semanas e a organização registrava nesta quarta-feira (14), a dois dias do início do evento, 72 mil delegados inscritos.
Além dos recursos arrecadados com a inscrição dos participantes, o comitê organizador contou com apenas US$ 2 milhões para tornar realidade a quarta edição do evento, valor bastante inferior aos quase US$ 4 milhões gastos no ano passado em Porto Alegre.
Para Mody, de 2001 para cá, o FSM passou gradativamente de um processo de debate “não-governamental” para um movimento político, característica que deve ser aprofundada este ano em função da realidade política dos movimentos indianos que organizam o evento. “Acima de tudo, estamos querendo resultados”, diz Mody.
Fonte: Agências de Notícias do PT