Por Janice Miranda
Uma multa de R$ 36 mil aparentemente colocou fim ao incidente envolvendo um comandante da American Airlines no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, hoje pela manhã.
Durante procedimento de identificação de americanos, Dale Robbin Hersh, 53, fez um gesto obsceno ao segurar sua ficha em frente ao corpo para ser fotografado. A policial que o fotografou se sentiu ofendida e chamou outros agentes e o delegado. Hersh então foi preso em flagrante e autuado por desacato pela Polícia Federal.
Hersh foi encaminhado no final da tarde para a 1ª Vara Federal de Guarulhos, onde prestou esclarecimentos. Um acordo estabeleceu o pagamento do valor pela companhia aérea. O dinheiro será destinado ao asilo São Vicente de Paula, de Guarulhos. O passaporte do comandante, porém, ficará retido pela PF até que o cheque seja compensado.
Segundo o procurador da República Matheus Baraldi Magnani, o valor da multa (150 salários mínimos) foi calculado com base no salário do piloto, de US$ 10 mil, e na agressão à moral e ao trabalho da PF.
Desculpas
Durante a tarde a American Airlines divulgou nota pedindo “desculpas ao governo brasileiro, às autoridades portuárias, à PF e a quaisquer outras pessoas que acreditem terem sido desrespeitadas.”
Na nota, a empresa aérea “lamenta qualquer mal-entendido que tenha ocorrido quando a tripulação do vôo AA907 dava entrada em São Paulo” e diz que continuará a tratar do assunto.
Segundo o superintendente da PF, Francisco Baltazar da Silva, Hersh se apresentou bastante arrependido e assustado com a repercussão do gesto que praticou. Disse ainda que o comandante da aeronave se deixou fotografar com um gesto “conhecido internacionalmente como obsceno”.
Fato isolado
De acordo com o porta-voz da PF, delegado Wagner Castilho, o incidente ocorrido nesta quarta-feira foi um fato isolado. Hersh era o comandante de um dos últimos vôos a chegar ao Brasil onde os americanos teriam a impressão digital coletada com tinta.
Os novos equipamentos devem começar a operar a partir desta quinta-feira em São Paulo e Rio de Janeiro. O sistema a ser utilizado será parecido com o usado nos Estados Unidos, com recolhimento digital das impressões e foto. O procedimento deve levar cerca de 1 minuto por passageiro.
Tripulantes
Os outros dez tripulantes do vôo, procedente de Miami, não foram admitidos no país por terem debochado do procedimento de identificação após o gesto do comandante. “A tripulação acompanhou o gesto de seu comandante e começou a comportar-se de maneira jocosa, de maneira a desabonar a atitude dos policiais federais e do sistema de identificação brasileiro”, afirmou o porta-voz da FP, delegado Wagner Castilho.
Apesar de risos e piadas eles não cometeram crime. Eles foram isolados em uma sala da American Airlines no aeroporto e deveriam retornar ainda na noite desta quarta-feira aos Estados Unidos como passageiros em um vôo da própria empresa.
Da Redação com informações do Correio Braziliense e da Folha Online