Dirigentes do sindicato de São Paulo (Sintrajud) e da federação nacional (Fenajufe) serão recebidos, nesta quarta-feira (22), a partir das 15 horas, pelo secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. Os trabalhadores vão levar ao representante do governo federal a insatisfação da categoria, que está em greve nacional, com o veto do Planalto aos projetos que revisam os planos de cargos e salários do Judiciário Federal e do Ministério Público da União.
As entidades sindicais querem que o governo respeite a proposta orçamentária enviada pelo Supremo Tribunal Federal ao Planejamento, que contemplaria os projetos salariais, e não atropele a autonomia financeira entre os poderes da República. O secretário será avisado que, sem negociação e o fim do congelamento, a greve no Judiciário Federal e no MPU irá crescer e ganhar as ruas do país às vésperas das eleições municipais.
Secretário cuida das negociações
Destacado pela presidenta Dilma Rousseff para negociar com o funcionalismo, Mendonça tem recebido, desde a semana passada, dirigentes de entidades nacionais de variados segmentos do funcionalismo que estão em greve para negociar as pautas de cada setor. O Planejamento, no entanto, não vem atendendo ao Judiciário e ao MPU porque alega que, neste caso, se trata de outro poder sobre o qual o Executivo não tem ingerência. Os servidores contestam esta posição, lembrando que foi a própria presidenta Dilma Rousseff que cortou o orçamento do Poder Judiciário no ano passado e que vem vetando o PL 6613/2009, relativo à revisão salarial dos servidores do Judiciário.
A reunião com Sérgio Mendonça ocorre num momento de definição orçamentária: o Executivo tem até 31 de agosto para enviar ao Congresso Nacional o projeto de orçamento da União para 2013. A audiência foi marcada a partir de contato do servidor José Luis Santana, da base do Sintrajud em São Paulo, com o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), que intermediou a negociação. “Vamos levar o descontentamento com o congelamento dos salários e buscar informações sobre o que o governo está pensando, já que o Ayres Britto [presidente do STF] não nos diz nada”, diz José Luis, que é servidor da Justiça do Trabalho na Barra Funda, onde a greve ganhou novas adesões nesta quarta, com 85 varas trabalhistas paradas, de um total de 90, e 25 audiências suspensas. “Vamos dizer que já são dez estados em greve e que nossa categoria está de cabeça erguida e não aceita a política com que o governo está tratando os servidores públicos de um modo geral. [Diremos] que esta luta pelo PCS já vem desde 2009 e não será agora que vamos desistir”, conclui.
Diante da marcação da audiência, a direção do Sintrajud convidou a Fenajufe e o Comando Nacional de Greve a se incorporarem à comissão que se encontrará com o secretário do Trabalho. “A Fenajufe é nossa entidade mãe e tem que participar de toda negociação nacional”, explica Adilson Rodrigues, diretor do Sintrajud-SP, para quem todos os sindicatos que marcarem reuniões de negociação que envolvam a pauta nacional da categoria têm obrigação de convidar a federação e o Comando de Greve instalado em Brasília, já que a luta contra o congelamento salarial é unificada e nacional.