Por Janice Miranda
Sem perspectiva de melhoria salarial em 2004, os sindicatos dos servidores públicos federais prometem não dar trégua ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva e já programam uma greve da categoria para março.
Apesar das sucessivas promessas feitas em 2003 pelo Ministério do Planejamento, o Orçamento da União aprovado em dezembro pelo Congresso acabou reservando apenas R$ 1,53 bilhão para o reajuste anual do funcionalismo, que tem data-base em janeiro – recursos suficientes para um aumento minguado de 1,9%, que deverá ser concedido no fim deste mês.
“Nós esperávamos ter pelo menos a reposição da inflação. Mas nem isso vamos receber”, afirmou Gilberto Jorge Cordeiro Gomes, secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
“No primeiro ano de governo tentamos manter um clima de cordialidade com o governo. Mas agora, com esse reajuste, significa dizer que a partir deste ano a relação com o governo vai piorar significativamente”, ameaçou. Segundo Gilberto, as perdas da categoria já chegam a 119% no período de janeiro de 1995 a dezembro de 2002.
Uma reunião plenária dos servidores públicos está marcada para o dia 17 de janeiro e vai definir o início da greve da categoria, que ocorrerá no mês de março. “A grande maioria dos servidores tinha esperança de ter um reajuste maior e de que o governo implantasse uma política salarial. Mas nada disso foi feito”, observou o secretário da Condsef.
Esta não é a primeira vez que o funcionalismo público, um dos principais eleitorados dos petistas, faz greve no governo Lula. No ano passado, a categoria entrou em greve contra a reforma da Previdência, que começou a vigorar agora em janeiro e impôs uma série de perdas para os servidores públicos, como a criação de contribuição previdenciária de 11% para os aposentados e pensionistas.
Da Redação com informações do Estadão On Line