A reunião dos representantes de 31 entidades nacionais com o Ministério do Planejamento, na última terça-feira [24], não trouxe avanços nos processos de negociação com o governo. Segundo matéria publicada na página da Condsef, o Planejamento voltou a utilizar o discurso de austeridade e não apresentou propostas efetivas para as demandas urgentes apresentadas pelos servidores. A reivindicação de reajuste linear de 22,08% com correção das distorções foi mais uma vez rejeitada pelo governo.
Matéria do Andes-SN, outra entidade nacional que participou da reunião na terça-feira, afirma que o secretário de Relações de Trabalho do MPOG, Sérgio Mendonça, considerou que não havia sentido ficar agendando reuniões, uma vez que todos os itens da pauta já tinham sido apresentados e discutidos, sem qualquer avanço. “Essencialmente, as respostas que tinham que ser dadas, já foram dadas”, disse Mendonça, de acordo com relato de dirigentes do Andes-SN.
De acordo com o sindicato, a postura de Mendonça causou revolta entre os presentes, que cobraram mais respeito do governo. “Não dá para cada governo de plantão vir aqui e dizer que não vai ter reajuste e humilhar as entidades, como se estivéssemos com um pires na mão”, disse Josemilton Costa, da Condsef.
Pressionado pelos representantes dos SPFs, Mendonça reafirmou que a postura do governo continuava a mesma para 2013: reajuste zero, sem discussão de política salarial e data-base. Enfatizou que o Executivo já vem tratando de diversos pontos nas reuniões específicas com cada categoria e assim pretende continuar fazendo.
Apesar da manifestação de Sérgio Mendonça de que a mesa geral não registraria mais avanços, os dirigentes não aceitaram o fim dos trabalhos desse fórum. “Não cairemos no engodo do ano passado. Essa mesa não vai ser desmontada, por que, senão vocês estão de brincadeira com os servidores. Se for assim, o governo vai ter que assumir publicamente que vai arbitrar unilateralmente, como fez com a questão da insalubridade/periculosidade”, ressaltou Josemilton.
Os representantes das entidades que compõem o Fórum Nacional dos SPFs reivindicaram, então, que o Ministério do Planejamento abra uma nova agenda para o início de maio, quando devem apresentar uma readaptação da pauta unificada dos servidores. A contraproposta será baseada em estudos encomendados ao Dieese que levam em conta a inflação dos últimos dois anos e o PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro do mesmo período.
Uma nova reunião do Fórum Nacional de Entidades dos SPF está marcada no dia 2 de maio, para avaliar a mobilização nas bases e definir a resposta dos servidores diante de mais essa negativa do governo federal.