No 3º dia da greve pela aprovação dos projetos de revisão salarial cerca de 3 mil servidores do Judiciário Federal e do MPU do Distrito Federal se reuniram na tarde desta quinta-feira (27), em grande ato público promovido pelo Sindjus-DF. A concentração foi em frente à sede do Supremo Tribunal Federal, por volta das 15h, de onde os servidores saíram em direção ao Anexo II do órgão, onde ficam os gabinetes dos ministros do Supremo. Em frente ao prédio os grevistas gritaram palavras de ordem, chamando os demais colegas para descerem e participarem da manifestação. “Vem pra greve vem, o PCS é seu também” e “De camarote não, a luta é aqui no chão”, foram as palavras agitadas pelos servidores.
No ato, o coordenador geral da Fenajufe e do Sindjus-DF, Roberto Policarpo, parabenizou os servidores que estão firmes na greve desde a terça-feira, 25 de maio. De acordo com ele, o movimento já está maior que o do final do ano passado, que pressionou o STF a enviar os projetos para o Congresso Nacional. O dirigente sindical disse, no entanto, que a adesão precisa aumentar nos próximos dias. “Precisamos reforçar os piquetes nos locais de trabalho. A nossa greve é importante, pois acreditamos que vamos atingir o nosso objetivo nos próximos dias. Ontem, pela primeira vez o ministro Paulo Bernardo se mostrou disposto a negociar e isso não tenho dúvida que é resultado do nosso movimento”, avaliou Policarpo, se referindo à reunião desta quarta-feira (27), no Ministério do Planejamento.
Policarpo lembrou que, embora o governo federal argumente que não dispõe dos recursos necessários à implementação dos novos PCSs ainda em 2010, a Fenajufe e os sindicatos de base mantêm sua reivindicação para que os projetos sejam aprovados logo e pelo menos uma parte implementada este ano. Mas, para isso, ele ressaltou que os servidores do DF devem continuar em greve, engrossando o movimento a cada dia em nível nacional.
“Nos outros PCSs o governo também falava que não tinha recurso, mas, com a força de nossa pressão, conseguimos aprovar e implementar uma parte no mesmo ano de sua aprovação. Por isso, precisamos fortalecer a nossa greve para amolecer o governo federal, o Legislativo e o STF para que agilizem esse processo. A mesma pressão devemos fazer em cima do Procurador Geral da República”.
Ao final do ato, foi referendada a continuidade da greve por tempo indeterminado e confirmado o ato público para a próxima terça-feira, 1º de junho, em frente ao Ministério do Planejamento. “Vamos cobrar do ministro Paulo Bernardo e do presidente Lula uma resposta às nossas reivindicações. Precisamos de respeito, pois não somos servidores de segunda categoria”, disse Policarpo, convocando a categoria para o ato no Planejamento.
Nesta sexta (28) e na segunda-feira (31), o Sindjus-DF e os grevistas intensificarão os piquetes em todos os órgãos do Judiciário e do MPU no Distrito Federal.
Da Fenajufe – Leonor Costa