Reunidos no Hotel Nacional em Brasília, os 115 delegados e quatro observadores da reunião ampliada, representando 27 sindicatos de todo o país, debateram durante este domingo [02] o cenário nacional em torno da tramitação dos PLs 6613/09 e 6697/09 e também definiram o calendário de greve. Após um amplo debate, com várias intervenções dos servidores presentes, os delegados concluíram que é preciso construir um movimento forte e unificado e, nesse sentido, aprovaram realizar, em todo o país, a greve a partir do dia 6 de maio em defesa da aprovação dos projetos que revisam os PCSs da categoria.
Duas propostas foram debatidas na ampliada: a deflagração da greve a partir do dia 6 de maio, seguindo o calendário aprovado no 7° Congrejufe, em Fortaleza; e a deflagração da greve por tempo indeterminado a partir do dia 12 de maio. A proposta aprovada [greve a partir do dia 06] foi considerada pela maioria dos delegados a data mais apropriada, uma vez que em vários Estados a categoria já está sendo mobilizada para a greve e já aprovou em suas assembleias a entrada no dia 6. A maioria das intervenções considerou que os fatos da última semana [audiência pública dia 27 de abril e a retirada do PL 6613/09 da pauta da Comissão de Trabalho do dia 28] deixam claro que não é mais possível aguardar as negociações em torno da questão orçamentária dos projetos sem estar em greve.
Considerando que alguns Estados ainda não definiram em assembleia a deflagração do movimento paredista e que outros já votaram pelo início das paralisações antes mesmo do dia 6, os delegados da reunião ampliada ressaltaram que é preciso respeitar as especificidades e a autonomia de cada Estado.
“Não podemos dar mais tempo para o governo e nem para o Judiciário. Os Estados que tiverem condições devem deflagrar sua greve agora e os outros vão entrando para fortalecer o movimento. Precisamos começar logo e saudar aqueles Estados que já aprovaram parar as atividades antes mesmo do dia 6”, defendeu Saulo Arcangeli, coordenador geral da Fenajufe, ao citar a decisão das assembleias do Sitram-AM, que decidiram entrar em greve já nesta segunda-feira, 3 de maio; e do Sindijufe-MT, em cujo Estado os servidores paralisarão os trabalhos a partir da quarta-feira, 5 de maio.
Reforçando o entendimento de Saulo, o coordenador Evilásio Dantas considerou fundamental a entrada na greve de imediato, uma vez que, na sua avaliação, o governo já demonstrou que é contrário à implementação dos PCSs. “Votei pela greve a partir do dia 6 de maio, porque acredito que o governo está empurrando com a barriga e esperando a Copa do Mundo, o recesso parlamentar, as eleições de outubro e, principalmente, a aprovação do PLP 549/09, que aniquila qualquer possibilidade de melhoria salarial nos próximos dez anos”, critica Evilásio.
A coordenadora Fátima Arantes ressalta que a reunião ampliada, com caráter deliberativo, é soberana e, por isso, os sindicatos devem trabalhar para construir a greve já no próximo dia 6. “Os sindicatos que já estiverem preparados devem entrar em greve imediatamente e os demais devem se esforçar para seguir o calendário aprovado, reforçando o movimento em todo o país”, finaliza Fátima.
Os coordenadores que estarão no plantão esta semana orientam que os sindicatos em greve enviem representantes para Brasília na próxima quinta-feira, 6 de maio, para compor o Comando Nacional de Greve.
Leonor Costa – do Hotel Nacional