Altair Lavratti, Marlene Borges e Rui Fernando estão LIVRES

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) concedeu habeas corpus aos três militantes sem-terra presos entre quinta e sexta-feira em Imbituba, no Sul do Estado, suspeitos de planejar invasões de áreas públicas.

A presidente da Associação Comunitária Rural de Imbituba, Marlene Borges, que estava no Presídio Santa Augusta, em Criciúma, foi a primeira a deixar prisão. Ela saiu o local por volta das 19h deste sábado.
Grávida de três meses, Marlene disse que foi presa por motivos políticos e que agora pretende descansar, já que teve crises de pressão alta no presídio.
Quanto ao coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem-terra (MST), Altair Lavratti, e ao líder comunitário ligado ao MST Rui Fernando da Silva Júnior, a advogada Celina Duarte Rinaldi informou que ambos devem ser soltos nas próximas horas.
Além do habeas corpus, a Justiça também concedeu um salvo-conduto a Dilson Ramos, que não chegou a ser preso.
O líder do MST foi preso durante uma reunião numa usina de reciclagem de lixo da cidade. Lavratti estava acompanhado de outras seis pessoas, que foram liberadas. Apesar da dispensa, seus nomes serão encaminhados à Justiça.
Ele definiu como injusta sua prisão e declarou que está cumprindo seu papel social. Lavratti negou que estivesse mobilizando pessoas para a suposta invasão de áreas e enfatizou que o movimento de ocupações de terra na região continuará.
Em nota oficial, o MST diz que a prisão dos integrantes “demonstra uma faceta controversa do Estado, do poder policial e de uma parcela do judiciário”. O movimento afirma que os militantes foram detidos “sem cometer qualquer crime, apenas pelo fato de trabalharem junto às famílias no esclarecimento de seus direitos enquanto cidadãos e cidadãs”.
O MST aponta ainda que “as prisões são descabidas e só refletem a forma autoritária como o governo de Santa Catarina conduz a relação com os movimentos sociais, criminalizando as tentativas dos catarinenses de debater e propor um modelo de desenvolvimento que contrapõe a visão do atual governo”
Em outra nota, 25 advogados catarinenses também criticam as prisões e dizem que há uma “tentativa de criminalização” das atividades do MST.
Eles defendem a postura de Lavratti e condenam a operação: “Entendemos e repudiamos a prisão do líder do MST de Santa Catarina. Ratificamos assim a liderança, a integridade e a coragem de Altair Lavratti na luta pelos direitos humanos e apresentamos nossa irrestrita solidariedade ao colega bacharel em direito e companheiro de lutas

 

 

 

Diário Catarinense