CARTAS NA MESA
A greve nacional do Judiciário Federal e MPU que começou na semana passada com 9 estados já tem a adesão de 20 nesta quarta-feira e atinge todas as regiões do país. São eles: Sul – RS, SC, PR; Sudeste – SP, RJ e ES; Centro-oeste – DF e MT; Nordeste – BA, AL, PE, PB, CE, PI e MA e Norte – PA, AP, AM, RR e RO. Para amanhã está prevista a adesão do MS e os poucos estados que restam estão realizando assembléias nesta semana e intensificando a mobilização. Aqui em SC tivemos importantes adesões nesta semana e hoje temos greve em praticamente toda a Grande Florianópolis na Justiça do Trabalho com a adesão das VTs de São José. Na Justiça Federal a greve cresce pelo interior e um arrastão de convencimento feito ontem no TRE pode trazer novas adesões. A greve cresce e se consolida dia a dia.
A GREVE É NOSSA APOSTA
A dinâmica de uma greve é simples. 1- Nós apresentamos nossa reivindicação a quem pode atendê-la; 2- A reivindicação não é atendida; 3- Nós decidimos entrar em greve e avisamos quem não quer atender; 4- Eles mantêm a posição; 5- Entramos em greve; 6- Com uma greve forte estabelecemos nova correlação de forças favorável capaz de mudar a posição do outro lado e garantimos o atendimento da reivindicação.
Para que isto funcione é essencial que a greve seja forte. No momento estamos consolidando a greve no país inteiro. Ainda há muito para crescer. Temos greve na maioria dos estados, mas não necessariamente em todo o Judiciário. O importante é que a cada dia a greve cresça em número de estados e em percentual de paralisação com adesão contínua de novos locais.
É impossível prever o momento exato em que novos fatos ocorram. Ontem tivemos a proposta indecorosa de Ives Gandra, ao mesmo tempo em que a greve passava de 9 para 20 estados. Foi uma boa resposta.
É como num jogo de pôquer. Cada um pega suas cartas e faz apostas. Apostamos na greve porque é o nosso melhor jogo. O outro lado paga para ver e nós mostramos. É este o momento da greve que estamos vivendo agora. O outro lado pagou para ver e estamos colocando nossas cartas na mesa. Mas o jogo está apenas começando. Quem desistir, perde tudo. É hora de apostarmos. Nossa melhor aposta é fazermos a maior greve da nossa história.Para isso precisamos de todos.
Os novos servidores estão mostrando que não passaram à toa num concurso dificílimo e
são capazes de compreender perfeitamente que os salários do Judiciário não são dádiva de ninguém, mas fruto da luta permanente da categoria. Como dizia João Saldanha referindo-se aos gols no futebol: “quem não faz, toma”. E quem está correndo o risco de tomar gol no início do primeiro tempo e não se recuperar depois são os servidores mais antigos, em final de carreira e ainda detentores de antigos direitos que foram caçados por FHC. Estes estão ameaçados de redução salarial em sua remuneração bruta se forem aprovados os tais subtetos. Sua melhor aposta é vir para a greve agora ou comprar lenços para chorar depois.
PS: quem primeiro traduzir a frase em latim do selo ganhará um exemplar do “O Príncipe,” de Maquiavel. Só concorre quem estiver presente na Greve!
