Paralisação atinge todo o país, mas precisa crescer mais

 

Os servidores da Justiça do Trabalho de Santa Catarina paralisaram as atividades nesta quarta-feira, 11, mostrando disposição de luta, mas precisam aumentar a participação hoje. No TRE/SC a paralisação foi de duas horas, das 15 às 17 horas, e continua hoje da mesma forma. Foi aprovado que hoje a concentração dos trabalhadores ocorra na frente do TRT.

Os servidores da Justiça Federal também paralisaram das 15 às 17 horas, mesmo horário da paralisação nesta quinta. Em quase todos os locais os locais as paralisações foram parciais e não chegaram a fechar as portas, com exceção de algumas varas do trabalho.

Estamos num momento decisivo e a mobilização precisa avançar mais, aumentando a participação em todos os locais de trabalho. Vários locais que não pararam ontem decidiram aderir hoje, o que será da maior importância.

Nunca conseguimos nada sem mostrar a força do coletivo como nas greves nacionais que conquistaram os PCSs de 1996, 2002 e 2006 e o reajuste da GAJ em 2005.

Ritmo alucinante de trabalho anestesia a consciência

Estamos todos sujeitos à pressão constante da quantidade cada vez maior de trabalho imposta por metas e prazos surreais que não levam em conta os limites físicos e mentais dos servidores e juízes, levando-os com freqüência cada vez maior ao adoecimento por excesso de trabalho.

Os Tribunais parecem estar disputando entre si uma olimpíada de produtividade e exigindo que servidores e juízes se transformem em superatletas.

Muitos servidores acabam mergulhando no ritmo alucinante e não tem tempo sequer para pensar em mudar. É comum ouvir coisas do tipo: “eu sei que só a greve resolve, mas temos muito trabalho aqui e não dá para parar”.

Ora, a greve é justamente parar para causar impacto. Para acordar os dirigentes olímpicos da produtividade e mostrar que assim não dá.

Se não causamos este impacto, é como se disséssemos que tudo vai bem e nada precisa mudar.

A depressão e a greve

A greve é uma atitude coletiva e por isso é forte. Com atitudes individualistas, como continuar trabalhando porque tem muito serviço, não temos força alguma. É como a depressão, o mal do século. A pessoa fica deprimida porque não consegue fazer as coisas, a depressão dificulta mais sua capacidade de fazer, ela fica mais deprimida e forma-se um círculo vicioso que muitas vezes não tem saída. Só um choque é capaz de quebrar o rumo da queda. Para depressão, há a psicanálise e os anti-depressivos. Para o excesso de trabalho, o choque é a greve.