A direção do Foro da Justiça Federal do Rio lembrou do tempo das togas, quando as portas dos tribunais eram baixas para as partes se abaixarem diante dos juízes, e obrigou, por meio de uma resolução, o uso de traje “passeio completo” para os servidores que ganham FCs. É uma medida que não melhora em nada a Justiça, mas faz com que os servidores gastem muito dinheiro com rouparia inútil, se intromete no gosto pessoal dos funcionários e não ajuda na melhoria no atendimento, na agilidade, na humanização ou na democracia do Poder Judiciário.
O Sisejufe entrará com as medidas cabíveis contra tal ato, ainda que está com pé atrás devido ao último julgamento do CNJ que determinou fazer parte da “discricionariedade” afastar e retirar FCs de servidores doentes! Numa linha anti-democrática e formalista, que lembra o tempo das ordálias, o CNJ sugestionou que os magistrados usem toga nos julgamentos! Este não é o caminho da desburocratização, democratização e humanização da justiça.
Não é a roupa que prova a capacidade e a competência do trabalhador. Sugerir terno para os servidores num calor de 40º C chega a ser desumano, sem contar que a Justiça não paga este gasto extra, já que as FCs não são auxílio paletó, antes recompensa pelo cargo de chefia de maior responsabilidade.
Muitos magistrados e magistradas não utilizam o padrão obrigatório ditado pela resolução, até por que sabem que sua competência é provada em suas sentenças, não em suas vestimentas. Só que eles não serão obrigados a usar o traje “esporte fino”, ao contrário de seus servidores.
A resolução sugere como sanção a perda do cargo, o que é uma ingerência indevida, haja vista que agora a direção do foro terá que agir como espécie de Abin da roupa dos servidores.
Fonte:Sisejufe