Terminou ontem o “Seminário Nacional – A Criminalização da Pobreza, das Lutas e Organizações dos Trabalhadores”. Foram dois dias de intensa discussão onde foram relatados diversos casos ligados ao tema do encontro. Como resultado surgiu uma carta assinada pelas entidades participantes e a criação de um fórum permanente sobre a criminalização dos fóruns sociais.
“Ele vai ser aberto a outras entidades também participarem. O fórum irá se reunir com periodicidade para encaminhar todas as questões relatadas. Classifico o seminário como um movimento importante pela legitimidade e representatividade, devido a participação de vários estados do país”, disse o coordenador de Formação Política e Organização Sindical da Fenajufe, Saulo Arcangeli.
O coordenador executivo da Fenajufe, Paulo Falcão, também participou do seminário e afirma que foi um passo importante para os movimentos ligados a luta dos trabalhadores. “A criação desse fórum é decisivo no sentindo de aglutinar forças para lutar contra a criminalização desses movimentos. A carta final do encontro traz esse anseio e visa o interesse da coletividade”, afirmou.
Na opinião do assessor jurídico da Fenajufe, Pedro Pita, a cassação da estabilidade dos dirigentes sindicais na iniciativa privada, constituem a maior ameaça à organização e luta dos trabalhadores brasileiros por melhores condições de vida. “A Carta, assim, comprometendo não só da OAB, mas das entidades representativas da magistratura, sinaliza um esforço de reversão desse quadro. Mas isso só não basta. É preciso que o movimento social faça a sua parte: lute nas ruas, no legislativo e frente ao Judiciário, de modo unitário, para avançar”, conclui.
De acordo com Antonio Carlos Spis, que representou a direção nacional da CUT no evento, a constituição de um fórum permanente, coordenado pela OAB, vai possibilitar que o tema se mantenha sempre em pauta. Na prática, relatou Spis, ‘será um instrumento de pressão para combater a impunidade e corrigir injustiças, ampliando e amplificando denúncias contra mandantes de crimes, contra autoridades e empresários que demitem lideranças, que impedem a livre organização sindical’. O fundamental, sublinhou, ‘é que a partir de agora qualquer pessoa agredida em seus direitos receberá a solidariedade do fórum como um todo’.
Conforme o dirigente cutista, o tema da criminalização dos movimentos sociais será um dos enfoques prioritários do mundo do trabalho no Fórum Social Mundial, que será realizado de 27 de janeiro a 1º de fevereiro em Belém do Pará.
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Da Fenajufe – Patrícia Carbri, com informações da CUT