Por Marcela Cornelli
Após mais de dez horas de votações, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) rejeitou, no início da noite de ontem, 224 emendas apresentadas em Plenário à reforma da Previdência. Segundo o governo as outras 112 emendas serão aproveitadas pelo relator da reforma, senador Tião Viana (PT-AC), em uma nova proposta de emenda constitucional, que conterá as mudanças que o governo aceita incluir.
“A verdadeira guerra será agora, no Plenário”, afirmou o líder do PDT, senador Jefferson Péres (AM). A primeira votação da reforma em Plenário está prevista para o dia 25.
PFL e PSDB continuam rejeitando a idéia de uma segunda emenda paralela. Uma emenda paralela já existe e está tramitando na CCJ. Uma segunda foi proposta pelo governo e será apresentada por Tião Viana.
Segundo informações da Agência Senado, o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), sustentou em entrevista que o governo “acha que tem todos os votos” para aprovar o que quer no Plenário, “mas pode se surpreender”. Ele anunciou que seu partido pedirá a votação de dezenas de emendas, na tentativa de reverter alguns pontos da reforma.
Agripino sustentou que “foi frustrante” a tentativa do governo de substituir a emenda paralela por medida provisória (MP), que teria vigência imediata. Entre outras coisas, as oposições dizem que não existe a menor garantia de que a paralela será votada na Câmara dos Deputados, depois que o texto da reforma original for promulgado pelo Congresso.
“A medida provisória não tem uma vírgula a mais em concessão. O governo não negocia nada. Então, vamos para o voto de Plenário”, afirmou Agripino.
A CCJ volta a se reunir hoje para votação das 39 propostas à primeira emenda paralela da Previdência, na qual, segundo o governo estaria a questão da paridade para os atuais servidores.
Fonte: Agência Senado