Nada novo, se poderia dizer. Não é possível esperar, pelo menos hoje que sejam as grandes corporações as que liderem a luta mundial contra a mudança climática. Ainda assim é sua responsabilidade. Essa batalha a encabeçam os movimentos e organizações sociais ao redor do mundo, em sua luta pelo que chamam “justiça climática”, e até agora seus pedidos e propostas tiveram muito pouco eco em quem tem o poder para tomar decisões. Não obstante, bem vale conhecer as cifras deste estudo, que põe números que desinteressam aos líderes econômicos dos países ricos na luta contra a crise climática.
Só 5% das mais de 500 empresas consultadas, e nenhuma na China, consideraram a mudança climática como sua principal prioridade, ao mesmo tempo, que apenas 11% a colocou em segundo ou terceiro lugar, segundo o estudo da consultora internacional Accenture, que retoma o diário britânico The Independent.
Em uma análise geral, a mudança climática ficou em oitavo no ranking de prioridades dos líderes empresariais. O aumento das vendas, a redução dos custos, o desenvolvimento de novos produtos e serviços, a concorrência por pessoal bem capacitado, o crescimento nos mercados emergentes, a inovação e a tecnologia estão na frente.
A posição do mandatário estadunidense George W. Bush de que a mudança climática se enfrenta de melhor maneira mediante iniciativas voluntárias do mundo empresarial fica pelo chão. De fato, as empresas esperam que os governos indiquem as medidas necessárias para enfrentar a crise climática. Estão longe de tomar a iniciativa.
O estudo acrescenta que a maioria das companhias afirma que está adotando algumas ações, que são no geral muito limitadas, para reduzir suas próprias emissões de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global. Entretanto, uma empresa de cada cinco não tomou nenhuma medida nesse sentido.
Nesta mesma linha, cerca de 67% dos negócios perguntados reconheceram que têm um papel para cumprir na luta contra a mudança climática. No entanto, só quatro empresas de dez se sentem em posição de atuar na matéria. Na China, em particular, só 14% das empresas perguntadas manifestou sentir-se forte nesse sentido.
O estudo conclui que “os empresários claramente estão buscando sinais de longo alcance sobre onde e como investimentos. São relutantes em fazer grandes investimentos em iniciativas vinculadas à luta contra a mudança climática até que esteja claro o alcance da futura regulação”, segundo afirma o The Independent.
Fonte: Adital