Negros são discriminados também por baixa escolaridade, revela pesquisa do Dieese

O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresenta, Estudos e Pesquisas 37 – Escolaridade e Trabalho: desafios para a população negra os mercados de trabalho metropolitanos.
 
Por meio dos dados coletados pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pelo Dieese, Fundação Seade, MTE/FAT e convênios regionais em cinco regiões metropolitanas (Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo) e no Distrito Federal, o Departamento procura esclarecer algumas questões relevantes no debate sobre escolaridade e trabalho entre os negros no Brasil.
 
Escolas
A baixa representatividade de negros nas escolas e universidades brasileiras evidencia a dificuldade de acesso e de permanência desta população nos bancos escolares. A educação tem papel não apenas na melhora da inserção no mercado de trabalho, mas também na formação dos cidadãos.
 
Os indicadores têm mostrado a importância da escolaridade para a melhora na inserção no mercado de trabalho, na qualidade da ocupação e, principalmente, para a elevação dos rendimentos. No entanto, há ainda forte componente discriminatório que dificulta a inserção no mercado de trabalho e a ascensão profissional dos negros e faz com que a remuneração recebida por eles seja inferior à dos não-negros.
 
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2006, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que, no Brasil, na população de 10 anos ou mais, os negros possuem, em média, 5,9 anos de estudo e os não-negros, 7,7. Dos jovens negros de 18 a 21 anos que estudavam e trabalhavam, 17,4% cursavam o ensino superior.
 
Jovens
Entre os jovens não-negros na mesma faixa etária, a proporção era de 50,0%. Neste contexto, a introdução de cotas para alunos negros em universidades brasileiras se mostra oportuna, apesar da polêmica gerada em torno da questão.
 

Essa política faria parte de um conjunto de ações afirmativas adotadas com intuito de eliminar as desigualdades historicamente acumuladas entre negros e não-negros e criar a igualdade de oportunidades e de tratamento.

Fonte: Diap, com informações da CUT