A passeata do 13º Grito dos Excluídos, que acontecem todos as anos paralela ao desfile militar do Dia 7 de Setembro, será ‘um contraponto’ ao Grito da Independência, como anunciaram os organizadores do evento. Os movimentos sociais à frente da manifestação estimam que cerca de 2 mil pessoas participem da passeata na Esplanada dos Ministérios na pista paralela à da parada militar.
Também estão previstos atos em mais de mil municípios brasileiros. O 13º Grito dos Excluídos é organizado por diversas entidades, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil [CNBB], Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra [MST] e Central Única dos Trabalhadores [CUT].
O lema dos protestos é “Isto não Vale: Queremos Participação no Destino da Nação”. Um das bandeiras dos manifestantes é a campanha contra a privatização da Companhia Vale do Rido Doce. Os organizadores vão promover um plebiscito sobre a venda da empresa, com o objetivo de conseguir a participação de 5 milhões brasileiros e requerer a anulação do ato.
No Distrito Federal serão espalhadas, a partir do dia 1º de setembro, urnas de votação em faculdades, feiras, na rodoviária, na Câmara Legislativa e em outras localidades. Em reuniões e assembléias de trabalhadores também serão colhidos votos da população. A idéia é que no dia 25 de setembro seja entregue o resultado do plebiscito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Acredito na mobilização popular. Com esse instrumento [plebiscito], já conseguimos assegurar que a Base de Alcântara não fosse entregue aos Estados Unidos, que o Brasil saísse das negociações da Alca [Área de Livre Comércio das Américas] e esperamos conseguir também a nulidade do leilão da Vale”, afirmou o secretário nacional da Pastoral da Juventude do Brasil, Silvano da Silva.
O plebiscito vai abordar também a dívida externa, energia e a reforma da Previdência. Uma das perguntas do plebiscito é se ‘o governo deve continuar priorizando o pagamento dos juros da dívida externa e interna, em vez de investir na melhoria das condições de vida e trabalho do povo brasileiro’. Os organizadores questionam também se a energia deve ser explorada pelo capital privado e se a população concorda que a reforma da Previdência ‘retire direitos dos trabalhadores’.
Fonte: Agência Brasil