Por Marcela Cornelli
Cerca de 1.500 trabalhadores sem-terra partiram ontem pela manhã de Goiânia (GO), em marcha pela reforma agrária rumo a Brasília, a 200 quilômetros de distância.
A mobilização conta com o apoio do MST, MTTL (Movimento Terra Trabalho e Liberdade, com mais força em MG) e Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Goiás).
No primeiro dia de caminhada, os manifestantes marcharam 28 quilômetros, até Teresópolis, onde pernoitaram. A multidão inclui um grande número de crianças, que seguiram em ônibus para poupar-lhes a fadiga do longo caminho. Outras colunas semelhantes partiram de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Os organizadores esperam que, quando as marchas se unirem, entre os dias 19 e 21 de novembro, formarão um acampamento de 3 mil pessoas em Brasília.
A decisão de realizar a marcha foi tomada há uma semana, quando as entidades comprometidas com a reforma agrária tiveram acesso a uma versão inquietante sobre as metas de reforma agrária do governo federal. Segundo ela, a meta seria de assentar 30 mil famílias este ano e 50 mil em cada um dos anos restantes do governo Lula, totalizando 180 mil. Optou-se então pela mobilização para forçar uma considerável expansão desses números.
Ao deixar Goiânia, a marcha teve a solidariedade de numerosas forças da base do governo Lula, como o presidente nacional do PT, José Genoino, o prefeito de Goiânia, diversos parlamentares e o bispo dom Thomás Balduino, da Comissão Pastoral da Terra. Para José Genoino, “o governo tem de priorizar” a reforma agrária. A prefeitura de Goiânia e o governo do Estado ajudaram a viabilizar o movimento. O governo federal se comprometeu em abrir espaço na agenda de Lula para uma audiência com representantes dos sem-terra.
Fonte: Portal Vermelho