No próximo dia 15 de agosto, a CUT vai realizar mais um Dia Nacional de Luta. Desta vez, em Brasília. Milhares de manifestantes estarão lutando pela manutenção do veto presidencial à emenda 3, pela retirada definitiva do PLP 01 do Congresso Nacional, pela manutenção e ampliação de todos os direitos previdenciários e pelo fim do fator previdenciário, por direito à terra, pela negociação coletiva no setor público, pelo direito irrestrito de greve e pelo fim do interdito proibitório, por uma educação pública de qualidade e pela redução da jornada de trabalho. Recentemente, mais uma bandeira se somou: combate ao projeto de fundações estatais.
Veja, a seguir, entrevista com o presidente nacional da CUT, Artur Henrique.
Qual a expectativa para o próximo dia 15?
Estamos em meio a uma jornada de lutas, iniciada em abril, que vem crescendo em tamanho e em impacto. Logo, não podemos querer menos que uma mobilização de rua ainda mais forte que as três últimas, com milhares de trabalhadores em torno de uma pauta de reivindicações bastante clara e concreta. O palco da próxima mobilização será Brasília, e isso é muito importante, pois estaremos pressionando o governo federal e os parlamentares. Acredito que a CUT e suas entidades devem ter tanto ou mais garra que a demonstrada nas recentes Marchas do Salário Mínimo. O momento exige isso.
Você acredita que a população vem compreendendo as razões dessa luta?
Quando começamos a organizar nosso primeiro Dia Nacional de Luta deste ano, em 10 de abril, poucas pessoas conseguiam entender o que significa a emenda 3. Havia um esforço dos meios de comunicação para confundir a opinião pública. A partir das mobilizações, em diversas partes do país, com panfletagem e atos políticos, os trabalhadores começaram a compreender o perigo que isso representava para os direitos de nossa classe. Então, essa é uma das razões para realizarmos as mobilizações: informar a população. Outras reivindicações, como a defesa de uma Previdência pública sem a retirada de nenhum direito, são familiares à maioria das pessoas. Porém, temas como o PLP 01, por serem muito específicos, ainda exigem muito esforço de conscientização.
No último dia 4, houve a ocupação do Congresso Nacional. A mobilização foi boa?
Muito boa. A combinação de manifestações de rua e paralisações com corpo-a-corpo político ajuda muito. Não podemos ainda comemorar nenhum resultado, pois o conflito está em aberto. Mas já observamos que a pressão está funcionando. Um jornal de circulação nacional trouxe na edição desta terça-feira a notícia de que o governo federal e o Congresso já compreenderam a importância de rediscutir o PLP 01. Isso é mais um indicativo de que não podemos esmorecer, pois a mobilização é o que rompe a inflexibilidade de patrões e governos.
Nos últimos dias, o governo federal está dando mais uma sinalização de ameaça aos servidores federais, através do projeto de fundações estatais. Como a CUT vai lidar com isso?
Em nossa última Executiva Nacional, decidimos combater esse projeto, que por enquanto ainda não veio inteiramente a público. Será mais uma bandeira em nossa mobilização do dia 15 de agosto. Os servidores federais, que defendem a obrigatoriedade da negociação coletiva, a manutenção dos direitos e a liberdade de organização sindical devem compreender a importância de juntar-se maciçamente à próxima mobilização em Brasília.
Fonte: Agência CUT