Os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) vão passar o dia mobilizados em frente à sede do órgão, em Brasília. Com cartazes e balões, eles lembram o aniversário de 37 anos do instituto. Em greve há 48 dias, a categoria quer chamar a atenção da sociedade e do governo para a necessidade de uma reestruturação do instituto e de uma reformulação do plano de carreira dos servidores.
Estão com as atividades paralisadas as 30 regionais e mais 45 unidades avançadas do Incra em todo o país. “Hoje não há motivos para comemorar aniversário, há motivos para lembrar e para que a gente fortaleça a nossa luta pela reestruturação do Incra”, afirmou Paulo Cesar de Oliveira, um dos diretores da Associação dos Servidores da Reforma Agrária em Brasília (Assera).
Segundo o dirigente, a categoria não é intransigente em relação às suas reivindicações, mas precisa de garantias. “Nós não desconhecemos a realidade do país, mas nós também não queremos enrolação, porque esta é a quarta greve pelo mesmo motivo. ”
As três greves anteriores foram realizadas em 2003, 2004 e 2006. Em todas elas o governo assinou termos de compromisso, mas, de acordo com Oliveira, não cumpriu nenhum. O diretor da Confederação Nacional das Associações de Servidores do Incra, José Vaz Parente, ressalta que mais do que reposição salarial, o que os servidores do instituto querem é ter condições para executar sua função.
“Essa é a razão maior da nossa luta: estamos brigando pelo aparelhamento do Incra para que ele realmente cumpra a sua real e verdadeira missão, que é realizar a reforma agrária nesse país. ”
Os servidores do Incra têm uma reunião marcada hoje à noite no Ministério do Planejamento para discutir as reivindicações da categoria. “A nossa aspiração é que o governo aja com seriedade, adote uma postura no sentido não apenas de encaminhar pelo fim dessa greve, que não só nos prejudica, como prejudica sobretudo os trabalhadores rurais acampados e assentados em projetos de reforma agrária, como atenda efetivamente as nossas reivindicações.”
Durante a reunião, os servidores do instituto farão uma vigília, com velas e preces. Ao longo do dia e amanhã, os funcionários esperam receber caravanas de vários lugares do Brasil para um ato público que será realizado na quarta-feira (11), em conjunto com outros servidores públicos em greve, com parlamentares e representantes de trabalhadores rurais.
Fonte: Agência Brasil (Ana Luiza Zenker)