Protestos contra a visita de Bush terão cartazes, bonecos, intervenções artísticas e um “banho de tinta vermelha” para representar as mortes no Iraque.
Por Artênius Daniel (Estudantenet)
Quando o presidente norte-americano, George W Bush, desembarcar no Brasil, no próximo dia 8, encontrará o maior esquema de segurança já montado no país para a visita de um chefe de Estado. Além de contar com uma frota de seguranças e outros serviços de inteligência, a comitiva de Bush não divulgará os lugares exatos por onde ele passará.
Entre os riscos que George Bush corre no Brasil, são relativamente pequenas as chances de um atentado terrorista. Porém, não deixa de ser considerável a possibilidade que ele leve um bom banho de tinta. “Nas passeatas, vamos tentar representar, com a tinta vermelha, o sangue dos povos do Iraque”, disse Lúcia Stúmpf, diretora de Relações Internacionais da UNE.
Lúcia participa da coordenação dos protestos contra a visita de Bush ao Brasil e informa que diversas outras entidades, organizadas em torno da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), unificaram as manifestações. Segundo ela, a expectativa é reunir mais de 20 mil pessoas no grande ato público que acontecerá no centro de São Paulo, a partir das 15 horas, com trajeto definido da Praça Osvaldo Cruz até o vão livre do Museu de Artes de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista.
Além das faixas e das palavras-de-ordem, a passeata vai contar com muita irreverência e intervenções artísticas dos estudantes. Serão esquetes teatrais, performances com bonecos, cartazes, faixas, adesivos, e protestos bem humorados em redes de lanchonetes norte-americanas.
“Contra o inimigo número 1”
Os protestos acontecerão também em outras cidades do país, demonstrando a insatisfação do povo brasileiro com a política de Bush. Apesar do segredo a respeito do paradeiro de Bush no Brasil, os estudantes prometem que vão encontrá-lo de algum jeito. O presidente norte-americano deve desembarcar na noite do dia 8.
Durante o dia 9, Bush vai se reunir com autoridades brasileiras para tratar, principalmente, de temas ligados à questão energética. Para localizar o presidente, Lúcia disse que os jovens farão um verdadeiro “Comando de Caça” pelas ruas de São Paulo:
“Tentaremos nos aproximar o máximo possível do hotel ou do local onde acontecerão as reuniões para fazer uma grande manifestação e mostrar todo nosso repúdio ao inimigo número 1 da humanidade”, promete.
Em entrevista na sexta-feira (2) à rádio CBN, o membro da executiva nacional da CUT, Antônio Carlos Spis, disse que a mobilização não é contra os Estados Unidos, mas sim contra seu atual mandatário: “Queremos a integração do continente americano e a irmandade com o povo de todos os países”. A diretora da UNE reforçou o discurso: “Somos solidários aos jovens americanos que morrem nos campos de batalha.”
Fonte: Vermelho