Nesses dias 6, 7 e 8 de fevereiro servidores ligados à Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) vão ao Congresso Nacional realizar um trabalho de convencimento junto a parlamentares sobre a necessidade de alterações no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A intenção é que deputados e senadores apóiem mudanças em trechos considerados prejudiciais para a categoria.
Uma das principais críticas dos servidores está na limitação do crescimento da folha de pagamento em até 1,5% acima da inflação. Para a Condsef, esta política deve provocar uma briga injusta por reajuste entre categorias. A entidade reforça que o governo segue por um caminho equivocado e defende que o serviço público precisa de uma reestruturação que reduza o número de tabelas salariais e ponha fim às distorções que marcam a administração pública.
A Condsef vai defender que seja retirada do PAC a proposta apresentada pelo governo. Para a entidade, a proposta significa congelamento dos salários por um período de 10 anos. Acordos e compromissos já firmados com diversas categorias estariam, por isso, ameaçados pelo PAC. No Congresso, a entidade pretende entregar a parlamentares um documento que defende as mudanças consideradas necessárias.
A entidade argumenta que os servidores públicos não são uma ameaça ao crescimento econômico do Brasil. Ao contrário, para a Confederação, investimento em serviços públicos de qualidade é o caminho para que um país se torne independente e economicamente forte e estável. “Basta olharmos exemplos de países de primeiro mundo”, compara Josemilton Costa, secretário-geral da Condsef.
Colapso no setor público
Uma pesquisa já realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) com 64 países deixou o Brasil em 58º lugar e levou em conta o número de trabalhadores empregados pelo governo. À época da pesquisa, o total de servidores em relação à população economicamente ativa no Brasil era de 11,5%. Na Alemanha esse dado subia para 19,2% e na Suécia a relação girava em torno de 37,9%. Como o PAC prevê sua política de contenção de gastos com serviço público para os próximos 10 anos, a Condsef teme que haja um colapso ainda maior na qualidade dos serviços públicos, prejudicando diretamente o contribuinte.
Fonte: Condsef