A campanha brasileira do Dia Mundial de Luta contra a Aids, comemorado hoje (1º), tem pela primeira vez como protagonistas pessoas portadoras do vírus HIV. Os personagens da campanha, que está no ar desde o dia 22 deste mês, são uma mulher de 60 anos, que tem a doença há nove, e um homem de 34 anos que adquiriu o vírus há 17 anos.
Com o slogan A vida é mais forte que a aids, a campanha deste ano tem o objetivo de mostrar com naturalidade as pessoas que vivem com o vírus, a fim de combater a discriminação, o preconceito e o estigma associados à doença.
Em entrevista à Rádio Nacional, a diretora do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids) do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, afirmou que também é objetivo da campanha melhorar a auto-estima das pessoas que têm o vírus.
“A gente tem que entender que a aids não é uma doença dos outros, e que as pessoas que vivem com aids são como as outras, que têm uma doença crônica como tantas outras e que precisam de atenção, carinho e relações sociais, como todo mundo”.
Mariângela chama a atenção para o aumento da incidência da doença nas pessoas com mais de 50 anos, principalmente entre mulheres. “A gente tem bastante preocupação com a mulher não se perceber em risco, ou mesmo uma mulher casada ou que tem um companheiro estável ter dificuldade de negociar o uso do preservativo na relação”, explica.
Um dado positivo para a campanha brasileira é o aumento do uso de preservativo nas primeiras relações sexuais. “Os jovens têm sido um grande alento para a gente. Temos dados da década de 80 que mostram que 8% usavam preservativo na primeira relação sexual. Já numa pesquisa de 2004, 68% de jovens, de 16 a 19 anos, usaram camisinha na primeira relação sexual”.
Segundo ela, atualmente existem mais de 9 mil escolas no Brasil que fazem ações de prevenção e distribuem preservativos. Quase 100 mil escolas públicas trabalham a questão da prevenção das DST como rotina nos seus trabalhos.
Fonte: Agência Brasil (Irene Lôbo)