Por Marcela Cornelli
Como todos devem ter acompanhado pelos jornais, TVs fora da Ilha e pelo radinho à pilha na Ilha, um blecaute atingiu Florianópolis deixando 300 mil pessoas sem luz. A falta d´água, o fechamento de uma das pontes que liga a Ilha ao Continente e um trânsito caótico também complicaram a vida dos florianopolitanos.
O primeiro apagão ocorreu por volta das 13h15min da quarta-feira, dia 29/10, quando técnicos da CELESC faziam manutenção nos cabos que trazem a energia do continente à Ilha de Santa Catarina. Dois cabos alimentam à Ilha com energia. Cinco homens, no interior da ponte Colombo Salles (que sai da Ilha), faziam a manutenção dos cabos utilizando um maçarico e um liquinho à gás. Segundo informações divulgadas na imprensa local, eles não usavam equipamentos de segurança, como extintor de incêndio. Houve um vazamento de gás, ocasionando uma explosão na galeria. Foram mais de 120 metros de cabos derretidos pelo fogo.Três homens conseguiram sair rapidamente, enquanto os outros dois jogaram-se ao mar e sofreram escoriações, sendo salvos pelo corpo de bombeiros. A partir daí a ilha mergulhou num caos ficando em alguns bairros 56h sem luz.
Devido a este primeiro apagão na quarta-feira à tarde, o SINTRAJUSC ficou impossibilitado de realizar seus trabalhos normalmente, ficando o site desatualizado.
A luz só veio a retornar na sexta-feira à tarde no centro e à noite nos bairros. Foi um trabalho árduo que, segundo a CELESC levaria 90 dias, realizado em menos de 48h para restabelecer a energia à Ilha, através de uma rede alternativa puxando a energia do continente para a ilha via área, passando os cabos ao lado da Ponte Pedro Ivo, e com mais de 50 postes foi reabastecido as duas subestações de Florianópolis. Este trabalho contou com a ajuda de pessoas e material vindo do Interior do Estado e de Curitiba. No entanto, o trânsito da cidade continuou um caos, devido ao fechamento da ponte Colombo Salles, engarrafando a entrada na Ilha e nas proximidades do centro da cidade.
Mal as pessoas comemoravam o retorno da energia na sexta-feira e um segundo blecaute atingiu a Ilha no sábado à noite por volta das 19h. Desta vez foi o vento sul que cortava a Ilha, com mais de 80 kilômetros por hora, fazendo os fios da rede alternativa encostarem na ponte Pedro Ivo e desligarem o sistema. A luz foi religada por volta da meia noite de sábado.
Um terceiro apagão – este proposital para arrumar os fios de uma maneira que eles não encostassem mais na ponte com os fortes ventos – ocorreu das 6h às 9h da manhã do domingo.
Enfim depois do caos e da verificação da fragilidade do sistema que abastece a Ilha de energia, nesta segunda os serviços públicos, o comércio e os bancos retornam à normalidade e o SINTRAJUSC também.
Até o momento os cabos que alimentavam à Ilha pelo interior da ponte Colombo Salles ainda não foram arrumados, trabalho que deverá ser realizado em cerca de 15 dias. Até lá esperamos estar livres de novos apagões.
Da Redação