Desde a invasão do Iraque em 2003, 601 mil iraquianos morreram como conseqüência direta da violência, segundo um estudo publicado pela revista médica britânica “The Lancet”.
Outros 54 mil morreram devido a fatores relacionados indiretamente com a situação do país, segundo o estudo, repercutido pelo jornal “The Washington Post” e que deve estar disponível na internet a partir de hoje.
Portanto, o “excedente de mortalidade”, ou seja, o número de pessoas mortas que previsivelmente ainda estariam vivas se não fosse pela invasão e pelo conflito armado interno, chega a 655 mil.
“The Washington Post” afirma que o número é 20 vezes maior que a estatística de 30 mil mortes de civis iraquianos que o presidente americano, George W. Bush, citou num discurso em dezembro. Também é mais de 10 vezes maior que os 50 mil mortos civis contabilizados pelo grupo de pesquisa britânico Iraq Body Count.
O estudo foi feito por médicos iraquianos seguindo os critérios de epidemiologistas da Faculdade Bloomberg de Saúde Pública da Universidade de Johns Hopkins (EUA). Os resultados se baseiam em enquetes feitas entre 20 de maio e 10 de julho, com 1.849 famílias escolhidas ao acaso e com uma média de sete membros.
Os pesquisadores perguntavam pela morte de parentes nos 14 meses anteriores à invasão de março de 2003 e nos 14 meses seguintes.
Os médicos iraquianos concluíram que a taxa de mortalidade no Iraque em 2002 era de 5,5 mortes por mil pessoas por ano. Depois da invasão, subiu para 13,3 por mil.
Fonte: Último Segundo