Quase dez anos após o leilão de 41% do patrimônio da Companhia Vale do Rio Doce – que ocorreu em 1997 durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) -, a venda das ações da estatal ainda tramita na Justiça. No ano passado, devido a irregularidades no processo de privatização da empresa, o Tribunal Regional Federal determinou fosse feita que uma nova perícia no processo de privatização.
Movimentos e entidades sociais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Via Campesina, denunciam que o capital privado pagou cerca de R$ 3 bilhões por uma empresa estimada em quase R$ 100 bilhões. “Como o Brasil entrega uma empresa a preço de banana? Uma empresa que poderia colocar a país estrategicamente no cenário internacional? Por que privatizar uma empresa em que, desde 1990, o governo federal não precisava reinvestir R$ 1?”, questiona Carlos Renato Monteiro, membro do Comitê Nacional da Campanha de Reestatização da Vale do Rio Doce.
Segundo Moreno, embora a estatal estivesse dando lucro anual de US$ 500 milhões, em 1997 “a empresa é vendida por R$ 3,3 bi. Na época da privatização, já tinha pelo menos sete anos que o governo não precisava investir na empresa para ela operar e gerar lucro”. Entre os réus no processo que tramita na Justiça, estão a União, o ex-presidente FHC e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiou a venda da empresa.
Atualmente a Vale tem mais de 30 mil empregados e é responsável por aproximadamente 39% da movimentação do comércio exterior nacional.
Fonte: Portal vermelho, com Agência Notícias do Planalto