Os conselheiros Paulo Lôbo e Eduardo Lorenzoni decidiram entrar com pedido de providência no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinando a vedação de que magistrados participem de eventos promovidos por entidades que possam vir a ter seus interesses julgados por eles. A medida foi anunciada durante encontro dos conselheiros com representantes do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no qual foram apresentadas as diretrizes do Movimento pela Conciliação, coordenado pelo CNJ.
“Se formos acolhidos pelo Plenário (do CNJ), determinaremos a vedação a magistrados de participarem de eventos onde os organizadores promovam seus interesses que possam estar ajuizados ou eventualmente vir a juízo”, disse Paulo Lôbo.
Segundo informações publicadas pela imprensa, 16 ministros (dois aposentados) do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e 31 desembargadores de sete estados participaram, no último feriado de 7 de setembro, de um seminário organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
As despesas com o vôo fretado que levou os magistrados até um resort de luxo na Ilha de Comandatuba, no litoral baiano, assim como os gastos com hotel foram bancados pela Febraban. Nos dois dias, os magistrados acompanharam palestras em torno do tema “A importância do crédito como fator de desenvolvimento econômico e social” e tiveram contatos com executivos dos maiores bancos do país. A estimativa é de que as despesas com o transporte e a hospedagem tenham ficado em torno de R$ 182 mil.
Fonte: CNJ