Dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no mês passado, sobre o perfil dos candidatos nas eleições deste ano mostraram que o número de candidatos do sexo feminino é menos da metade do que deveria. Na média, os partidos não estão conseguindo cumprir a cota de 30% nas chapas para mulheres nas eleições proporcionais.
Do total de candidatos inscritos em todo o país, as mulheres representam cerca de 14%. Para o cargo de deputado federal, alcançam pouco mais de 24% de participação no estado de Sergipe, o melhor resultado em todo o país.
“Até hoje, mesmo após a chamada lei de cotas, nenhum partido político conseguiu preencher a cota de 30%”, diz a secretária executiva do PSDB Mulher, Silvia Rita Souza. “Os motivos são vários: a falta de participação, de abertura de participação feminina nos partidos políticos, a falta de disponibilidade de tempo da mulher para participar da política.”
Souza acredita que a lei de cotas foi um avanço, mas lembra que ela não basta. “Ela ajuda a facilitar o acesso das mulheres nas candidaturas, mas ainda é pouco”, diz. “Precisamos criar mecanismos para que isso (a participação) seja mais eficaz.”
Para a secretária de Inclusão Social do PT, Selma Aparecida dos Santos, a participação feminina vem aumentando, embora ainda haja dificuldade em alcançar no parlamento o número mínimo por sexo. “A dificuldade que vejo da mulher em relação ao homem é a conseqüência da independência que a mulher não tinha. Os homens saíram primeiro, e a mulher ainda está em desvantagem. As mulheres vêem dificuldade na questão da credibilidade”, diz ela.
Os números do TSE confirmam o aumento da participação feminina. Serão 23% a mais de mulheres disputando um cargo este ano, em comparação com números de 2002. Dos 19.166 concorrentes até agora registrados, 2.674 são do sexo feminino. Elas representam 506 candidatas a mais que no último pleito, na disputa para todos os cargos.
Fonte: Agência Brasil