Começou ontem em Brasília a reunião Diálogo entre Mulheres das Américas e Caribe Contra o Racismo e Todas as Formas de Discriminação. O evento, que se encerra hoje (25), e é promovido por organizações sociais que defendem os direitos das mulheres indígenas e afrodescendentes na América Latina e Caribe, antecede a Conferência Regional das Américas, que discutirá o racismo no continente a partir desta quarta-feira (26). Ao final do debate será elaborado um documento com as reivindicações que serão levadas à Conferência Regional das Américas.
A ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, disse que nesse encontro as mulheres poderão refletir sobre suas realidades e fazer um balanço das reivindicações atendidas pelos governos.
Para a Matilde Ribeiro, a principal questão que envolve não só as mulheres, mas os negros e índios no Brasil, é a invisibilidade desses grupos na agenda política ao longo da história. “Isso leva a uma exclusão social. Todos os índices do Brasil que podemos analisar do ponto de vista da qualidade de vida colocam que as mulheres negras e indígenas são as mais pobres entre os pobres e as que têm menos acesso a bens e serviços. E isso se traduz na área de saúde e trabalho”, afirmou.
Na avaliação da diretora do escritório regional do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), Ana Falu, o combate à discriminação contra as mulheres na América Latina tem tido avanços nos últimos anos. “Mas ainda é preciso que essas ações sejam concretizadas na prática”, disse.
“Vários instrumentos de ordem internacional e nacional nos países sem dúvida são um avanço. A gente tem avançado em legislação, convênios, acordos, mas estamos longe de que essa implementação signifique a necessária transformação cultural simbólica contra aquela discriminação instalada em nossa região”, afirmou.
Fonte: Agência Brasil