Nesta segunda-feira (24/7), o episódio será lembrado em um debate promovido pela organização não-governamental Criola, que desenvolve ações em defesa da vida de mulheres, adolescentes e meninas negras no Rio de Janeiro. O seminário “Juventude, Violência Racial e Segurança Pública” começa às 10 horas no Palácio Gustavo Capanema, no centro da cidade.
A chacina da Candelária será lembrada ainda com várias outras atividades em defesa da vida durante a semana. Em entrevista ao programa Redação Nacional, da Rádio Nacional, a coordenadora da ONG, Lúcia Xavier, afirmou que a chacina da Candelária é considerada um exemplo da falta de direitos e de segurança para grupos excluídos, mas também para a sociedade como um todo.
Segundo ela o debate vai abordar a juventude como a maior vítima da violência policial e seguir lembrando a luta de mulheres em busca de justiça e contra a corrupção, como é o caso das Mães de Acari, que tiveram seus filhos desaparecidos, e da diretora do presídio de segurança máxima Bangu Um, Sidnéia de Jesus, que foi assassinada na porta de casa por denunciar irregularidades no sistema penitenciário do Rio de Janeiro.
A violência racial também vai ser discutida. De acordo com a assistente social Lúcia Xavier, a maioria das vítimas de assassinato nas cidades brasileiras é de jovens negros. “Para nós, isso é resultado do racismo, dessa representação negativa de que todo menino negro está envolvido no tráfico, é marginal e bandido. Isso tem nos assustado, especialmente porque a violência policial é uma ação pública e se ela não for controlada pela sociedade, pelo próprio Estado, perdemos a possibilidade de ter segurança, visto que estes jovens também são vítimas de grupos de extermínio”.
Fonte: Portal Vermelho