Um imenso batalhão de brasileiros com baixíssima ou nenhuma escolaridade forma a maioria do eleitorado que vai escolher o próximo presidente da República e eleger os componentes do Congresso Nacional e das assembléias legislativas estaduais. Nada menos do que 73,3 milhões de eleitores brasileiros (58,26% do total) não conseguiram sequer completar o ensino primário. Desse contingente, cerca de 8,2 milhões são analfabetos, segundo dados divulgados ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Embora o grau de instrução dos eleitores tenha aumentado em relação às eleições de 2002, a baixa escolaridade ainda é dramática no País. Apenas 7.115.519 eleitores (5,65%) cursa ou completou o ensino superior. É um número inferior ao total de analfabetos registrados para a votação deste ano.
Pior: além dos 8,2 milhões de analfabetos, o levantamento do TSE registra outros 21,3 milhões de eleitores que dizem saber apenas ler e escrever. Com isso, o percentual de analfabetos e semi-analfabetos soma impressionantes 23,49% (ou 29,5 milhões de pessoas). Para se ter uma idéia desse contingente, o número é superior ao total de eleitores do estado de São Paulo (cerca de 28 milhões), maior colégio eleitoral do País.
Como consolo, em 2002, os candidatos pediram votos para um eleitorado com ensino ainda menor do que o atual. A soma de eleitores que não tinha conseguido completar o ensino primário era de 72 milhões, mas dentro de um universo total de 115 milhões de eleitores (62,49%), enquanto agora são 73 milhões entre 125 milhões de pessoas habilitadas a votar (58,26%).
Segundo os dados do TSE, as mulheres são maioria entre os eleitores, com 64,8 milhões (51,53%) contra 60,8 milhões de homens (48,33%). A faixa etária com maior número de pessoas inscritas para votar é a de 25 a 34 anos, que engloba 14,7 milhões (23,96%).
As três faixas que concentram o maior número de eleitores englobam justamente as pessoas que têm de 25 a 59 anos (65,3% do total). Mas os candidatos não poderão ignorar, por exemplo, o voto das pessoas mais idosas. Segundo os dados divulgados pelo TSE, existem cerca de 17 milhões de eleitores nas camadas que vão de 60 anos em diante. Trata-se de um eleitorado com características especiais, já que, em sua grande maioria inclui aposentados ou pensionistas. Por isso, esse grupo tem maior interesse por questões na área da Previdência Social ou na Saúde Pública. O número de eleitores acima de 79 anos também é expressivo, com cerca de 2 milhões (1,59%).
No outro lado dessa pirâmide, os eleitores mais jovens formam também um contingente importante. Aqueles que possuem o direito do voto facultativo (16 e 17 anos) somam cerca de 3 milhões de eleitores (2,45%). Entre 18 e 20 anos, são mais 13,7 milhões (10,94%).
Fonte: Tribuna da Imprensa On Line