Servidores não têm outra saída, a não ser trabalhar intensamente para ampliar, ainda mais, o movimento grevista
BRASÍLIA – Mais uma semana se passou e até o momento os servidores do Judiciário Federal não obtiveram nenhuma resposta do governo federal a respeito das negociações em torno da questão orçamentária do Plano de Cargos e Salários. Os diretores da Fenajufe fizeram vários contatos no Supremo Tribunal Federal e os interlocutores do Judiciário informaram que as negociações continuam, mas que ainda não foi fechado qualquer acordo entre o Judiciário e o Executivo. Em conversa com os dirigentes da Federação, a presidente do STF informou que, na reunião com o Palácio do Planalto na segunda-feira [29], representantes do governo afirmaram que as negociações estão perto de chegar ao fim e que o impasse se dá em relação ao montante necessário à implementação da primeira parcela. No entanto, matérias veiculadas na grande imprensa durante toda essa semana dizem que o governo não está disposto a atender às reivindicações dos servidores do Judiciário e algumas informaram, ainda, que a disposição do Palácio do Planalto é fazer um parcelamento em quatro anos, diferente do que foi informado à Fenajufe até o momento.
É claro que as matérias dos grandes veículos de comunicação têm como objetivo distorcer a verdade e colocar o restante da população e as demais categorias do funcionalismo público federal contra os servidores do Judiciário. Isso não é novidade, pois foi assim durante as lutas pela implementação dos dois PCSs e pelo aumento da GAJ. Nas três situações, a resposta aos manipuladores da informação foi dada com a luta, com a categoria em greve e com todos os trabalhadores nas ruas mostrando a disposição de se manterem firmes pelos seus direitos. E dessa vez, não pode ser diferente. A categoria tem que continuar firme no movimento e aumentar as adesões nos próximos dias, até que seja conquistada a reivindicação.
Também é certo que não há nada garantido, uma vez que mais uma semana se encerrou e não tem qualquer retorno do governo federal. Apenas promessa de que as negociações estão em andamento e que o acordo deve sair nos próximos dias. Mas também não se pode desanimar diante das informações que têm sido divulgados na imprensa, mas sim acreditar que se todos permanecerem unidos e organizados será possível conquistar o novo PCS. Mas para isso, a categoria no país deve atender ao chamado dos sindicatos, paralisar os trabalhos, ir para as ruas e percorrer os locais de trabalhos para convencer aqueles que ainda não aderiram ao movimento a virem para luta, pois essa reivindicação é do conjunto da categoria.
A greve cresce a cada dia e a Fenajufe acredita que a suspensão de dez dias fez com que o movimento retornasse com mais força. Alguns estados que não paralisaram os trabalhos anteriormente aderiram à greve por tempo indeterminado a partir do dia 31 de maio. Os outros, que já estavam fazendo a greve, retornaram mais fortes e em vários setores a paralisação atinge cerca de 100% da categoria. Mesmo assim, a Fenajufe e os sindicatos avaliam que ainda /b>há condições de o movimento crescer nesta semana, uma vez que em alguns estados os servidores ainda fazem paralisações parciais. Nesses casos, os sindicatos devem reforçar as atividades de mobilização e garantir a entrada, em peso, na greve por tempo indeterminado, como acontece na maioria dos estados.
Da redação–Leonor Costa/Fenajufe