Cuba conseguiu uma vitória contra os Estados Unidos. A Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução que pede o fim do embargo comercial estadunidense contra a ilha. Foi um número recorde de votos a favor, 182, e houve uma abstenção (Micronésia) e quatro votos contra (Estados Unidos, Israel, Palau e Ilhas Marshall). Foi pedido o fim de leis de efeito extraterritorial, como a Helms-Burton, que afeta a soberania de outros Estados, os interesses legítimos de entidades ou pessoas sob jurisdição e a liberdade de comércio e navegação. A ONU também expressa a preocupação de que, apesar das resoluções anteriores contra o embargo, os EUA seguem adotando medidas para reforçar e ampliar o bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba. O embaixador adjunto dos Estados Unidos na ONU, Ronald Godard, insistiu que o embargo é um assunto bilateral que não deveria ser tratado na Assembléia Geral.
O bloqueio custou ao povo de Cuba em quase 47 anos mais de US$ 82 bilhões. “Não existe atividade econômica ou social em Cuba que não sofra suas conseqüências. Não existe direito humano dos cubanos que não esteja agredido pelo bloqueio”, disse o chanceler cubano Felipe Pérez Roque.
Os cultivos e a pecuária são os setores mais afetados pelo bloqueio. Existe um grupo de vegetais cujas sementes têm que ser importadas da Europa e da Ásia, o que encarece os custos com os fretes em mais de 50%.
Além das barreiras impostas pelo bloqueio na fruticultura da ilha, os agricultores foram privados de tecnologia agrícola e industrial conseguidas nos EUA. Os produtores de frutas de Cuba adquirem a cada ano cerca de 50 milhões de dólares em abastecimentos para suas operações, vindas de países europeus, essencialmente. Se essas compras fossem feitas nos EUA, haveria uma redução de gastos, devido a um menor frete, de 7,5 milhões de dólares por ano.
Fonte: Agência Adital