Rosa Parks, a costureira negra que, em 1955, se recusou a ceder seu banco em um ônibus a um homem branco – o que levou a um boicote em massa dos negros ao transporte público do Estado, marcando o início da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos -, morreu ontem aos 92 anos. A desobediência de Parks à lei de segregação no Alabama levou ao fim à segregação nos transportes públicos e culminou, em 1964, com a Lei dos Direitos Civis, que transformou a segregação racial em um ato fora da lei nos Estados Unidos.
Rosa Parks era uma costureira de 42 anos quando entrou para a história americana. No dia 1º de dezembro de 1955, ela estava em um ônibus na cidade de Montgomery, Alabama, quando um homem branco exigiu que ela se retirasse do banco onde estava, para ele poder se acomodar.
Rosa se recusou, desafiando as regras que exigiam que negros abrissem mão de seus lugares no transporte público para pessoas brancas. Com este ato, ela foi presa e multada em US$ 14.
A prisão da costureira desencadeou um boicote de 381 dias ao sistema de ônibus. O movimento foi organizado pelo pastor da Igreja Batista, Martin Luther King Jr. Anos mais tarde, Luther King ganharia o Prêmio Nobel da Paz devido à sua luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.
Em 1957, depois de ter perdido o emprego e recebido ameaças de morte, Rosa Parks e seu marido, Raymond, se mudaram para Detroit, onde ela trabalhou como assistente no escritório de um congressista democrata.
“A verdadeira razão de eu não ter cedido meu banco no ônibus foi porque senti que tinha o direito de ser tratada como qualquer outro passageiro. Agüentamos aquele tipo de tratamento por muito tempo”, disse Parks em 1992 a respeito de seu ato em 1955. Em 1996 ela recebeu a Medalha Presidencial pela Liberdade e, em 1999, a Medalha de Ouro do Congresso americano, a mais alta honraria civil dos EUA.
Fonte: Espaço Vital