Os movimentos sociais, a juventude e os partidos de esquerda se preparam para deixar claro que Bush não é bem vindo no Brasil!
Como o Vermelho noticiou no início deste mês, a União da Juventude Socialista (UJS) lançou o chamado à mobilização da juventude brasileira para os dias 5 e 6 de novembro, quando é prevista a passagem de Bush pelo Brasil, num roteiro que incluirá Argentina (onde haverá a Cúpula da OEA), Brasil e Panamá.
Na Argentina, a Cúpula dos Povos prepara uma grande agenda de protestos para o dia 5/11, reunindo em Mar del Plata milhares de ativistas e também mobilizações e greves em todo o país.
A Oclae (Organização Continental Latino-Americana e Caribenha dos Estudantes) participa da articulação dos protestos na Argentina e procura estimular manifestações em qualquer país onde o “presidente da guerra” vá.
Segundo o brasileiro Rubens Diniz, do Secretariado da Oclae: “estamos chamando os estudantes brasileiros, argentinos e panamenhos a somar com a sua irreverência e rebeldia nos grandes protestos que se preparam pela passagem de Mr. Danger pela América Latina. Especialmente quando o imperialismo faz um perigoso movimento no sentido de ampliar sua presença militar no cone-sul, visando a Tríplice Fronteira e o Aqüífero Guarani”.
Fora Bush do Paraguai
A resposta ao chamamento da Oclae não tardou. Em Mato Gosso do Sul, segundo Jean Lima, presidente estadual da UJS, “já entramos em contato com a Juventude Popular Socialista (JPS), a Juventude do PT (JPT), a União Campo Grandense dos Estudantes Secundaristas, os DCEs da Federal, da Universidade Católica Dom Bosco, a seção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Cebrapaz e a Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) e a receptividade é muito boa”. Em Campo Grande, a expectativa é contar com o apoio da importante Colônia Paraguaia, numerosa e organizada, para realizar um protesto que una os dois povos na luta contra a instalação de uma base yankee no país irmão. Nesta quarta-feira (19), às 17h na Fetems, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) estadual fará uma reunião para unificar todos na construção da manifestação.
Em São Paulo, o Sindicato dos Advogados e a Campanha Estadual de Luta Contra a ALCA reuniu-se na última quinta-feira (13) e expressaram o interesse de organizar uma marcha unificada Anti-Bush que tome a Avenida Paulista. Segundo Socorro Gomes, presidente do Cebrapaz, “a disposição dos companheiros da Campanha contra a ALCA de São Paulo é de unir o máximo de esforços para mostrar ao país que Bush é persona non grata”.
Plenária Nacional da CMS: Fora Bush
Esta disposição foi reforçada quando neste último sábado (15) realizou-se a Plenária Nacional da CMS, contando com a presença de 13 estados e as principais entidades do movimento social brasileiro. A Plenária iniciou a elaboração de uma Carta de Repúdio à vinda de Bush ao Brasil que será amplamente divulgada e aberta a todas as entidades.
A CMS chama atos em todos os Estados, com ênfase nas manifestações que se preparam em Brasília e São Paulo. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), envolvido na realização da Assembléia Popular Mutirão por um novo Brasil, já mandou fazer 100 mil cartazes que estão sendo distribuídos pelo país afora e a expectativa é potencializar as mobilizações unitárias que a CMS chama nos Estados.
E em Brasília será realizada às 19h00 desta terça-feira (18) a reunião extraordinária convocada para compartilhar as resoluções da Plenária Nacional da CMS, jogando peso no ato do Fora Bush em 6/11. Segundo João Lopes, Secretário de Política Sindical da CUT-DF, “a visita de Bush reflete sua preocupação com o movimento progressista na América Latina, buscando influenciar os países da Região”. Segundo Lopes, “A CUT é contra essa visita e está se emprenhando em mostrar que este senhor é persona non grata no nosso país”.
Oportunidade da Unidade
Para Gustavo Petta, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), a visita do “Senhor da Guerra é preocupante, mas desafiadora”. Segundo pETTA, “a vinda de Bush ao Brasil – pretendendo intimidar e seduzir – pode acabar como um tiro no pé. Os movimentos sociais brasileiros, as diversas juventudes partidárias de esquerda, as campanhas e redes que se articulam no Brasil e na América Latina são chamadas à UNIDADE para dar uma resposta à altura. Por onde ele passar só se ouvirão vaias e condenações de toda a Humanidade que repudia a Guerra, a violência e o genocídio que o imperialismo ianque promove”.
Fonte: Diário Vermelho