Centenas de trabalhadores da Casan ocuparam o Centro Administrativo do Governo do Estado nesta quinta-feira (22) à tarde. Eles cobram do governador Luis Henrique da Silveira uma política de saneamento que mantenha o sistema público e preserve os empregos dos cerca de 2,4 mil funcionários da empresa. Os protestos iniciaram ainda pela manhã na Assembléia Legislativa e contaram com o apoio de diversas entidades estudantis, sindicatos, membros das Fábricas Ocupadas de Joinville, CUT e parlamentares de todo o estado.
Os trabalhadores exigem uma audiência com o governador para debater um novo modelo de gestão para a Casan. Dirigentes do Sintae foram recebidos pelo secretário de estado de Coordenação e Articulação, João Matos. Eles apresentam um documento contendo diretrizes básicas para a construção de um novo modelo de gestão em contraposição às privatizações que os sistemas de abastecimento e saneamento vêm sofrendo em todo o estado.
Em mais de dez cidades catarinenses, os serviços foram municipalizados e repassados a empresas privadas, como a paulista Enops e a Engepasa. “Há um conluio entre prefeitos privatistas e empreiteiras e o governador é cúmplice, pois está omisso frente a essa situação”, acusa o presidente do Sintae, Odair Rogério da Silva. O sindicato planeja uma série de ações nos próximos meses para sensibilizar o Governo do Estado a promover a discussão sobre as municipalizações. “Iremos às últimas conseqüências para manter o saneamento público. Se necessários, acamparemos em frente ao Centro Administrativo e decretaremos greve”, afirmou o vice-presidente, Jucélio Paladini.
Pela manhã, os trabalhadores foram recebidos no plenário da ALESC e receberam o apoio de alguns deputados. Os parlamentares assinaram um manifesto apresentado pelos sindicatos que cobra do governador o fim das privatizações no saneamento.
Muitos manifestantes chegaram a viajar por várias horas para participar dos atos, como é o caso dos trabalhadores de São Miguel do Oeste. A regional de Criciúma lotou dois ônibus para o ato. Representantes das Fábricas Ocupadas que manifestaram seu apoio à atividade e à causa dos trabalhadores da CASAN receberam fortes aplausos. “Uma empresa de portas fechadas é um túmulo de empregos. Continuem lutando e lembrem-se de que para vencer, é preciso unidade”, ensinou Domingos Rosa, um dos líderes do movimento.
Fonte: Sintae (Ana Claudia Araujo/Assessoria de Imprensa)