O nível de violação aos direitos humanos permanece “extremamente” elevado no Brasil, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira, 25, pela da Anistia Internacional, ONG — Organização Não Governamental que anualmente divulga relatórios sobre a proteção aos direitos fundamentais em todo o mundo. São levados em consideração os altos índices de violência e corrupção policial, insegurança, torturas e maus-tratos em presídios, e impunidade no País.
“Tivemos alguns avanços, como a demarcação de terras indígenas, no governo Lula. Mas nossa percepção é que ele, como muitos outros governos, cometeu uma traição: falhou em suas promessas sobre os direitos humanos. Muitas pessoas continuam sendo executadas, falta proteção. É necessária uma reforma na Segurança Pública do Brasil”, disse com exclusividade à revista Consultor Jurídico Tim Cahill, brasilianista da Anistia Internacional baseado em Londres.
Segundo o estudo, 983 pessoas foram mortas por policiais no estado do Rio de Janeiro e 663 em São Paulo, em 2004.
Mundo
De acordo com a secretária-geral da Anistia Internacional Irene Khan, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo todo não têm acesso a água potável, 121 milhões de crianças não vão à escola, a maioria dos 25 milhões de portadores de HIV na África não têm acesso a cuidados de saúde e meio milhão de mulheres morrem todos os anos durante a gravidez ou ao dar à luz. Segundo ela, os pobres têm mais chances de ser vítimas da criminalidade ou da brutalidade policial. Quanto à tortura e maus-tratos a prisioneiros de guerra como os vistos na penitenciária iraquiana de Abu Ghraib, Irene afirma que “quando o país mais poderoso do mundo faz caretas ao Estado de Direito e aos Direitos Humanos” ele autoriza os outros a cometer os mesmos abusos impunemente. “De Israel ao Uzbequistão, do Egito ao Nepal, os governos desafiaram abertamente os Direitos Humanos e a lei humanitária internacional em nome da segurança nacional e do ‘contraterrorismo’”.
Fonte: Consultor Jurídico