O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra [MST] será recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira, dia 17, em Brasília, logo depois que o movimento realizar um protesto contra a Alca e o imperialismo americano em frente à Embaixada dos Estados Unidos.
A programação final da Marcha Nacional pela Reforma Agrária, anunciada na quinta-feira, 12, pelo coordenador Gilmar Mauro, prevê ainda protestos diante da sede do Banco Central, contra a política econômica, e diante o Ministério da Agricultura, contra o agronegócio.
Segundo Mauro, os manifestantes vão mostrar que a política econômica do governo Lula impede a reforma agrária e levou ao descumprimento da promessa de assentar 430 mil famílias. Já o agronegócio se beneficia da isenção do ICMS de 18% sobre as exportações e não ajuda a resolver os problemas sociais do País.
Na frente da embaixada americana, os sem-terra farão uma performance reivindicando, entre outras coisas, a retirada das tropas do Iraque. Lula receberá a comissão de negociação do MST no Palácio do Planalto e deve anunciar medidas para acelerar a reforma agrária.
Integrantes de outros movimentos sociais e da Igreja serão convidados a compor a comissão. Enquanto isso, os 12 mil sem-terra estarão concentrados na frente do Congresso Nacional. “Conversamos com a maioria dos ministérios.”
Ponto crítico
Na quinta-feira, após chegar a um ponto crítico e perigoso da BR-060, os marchantes deram um tempo na caminhada que já percorreu 173 quilômetros e permaneceram acampados no local conhecido como 7 curvas. Na sexta-feira, eles entraram no Distrito Federal, após subir 17 quilômetros de serra. Aproveitando o intervalo, os coordenadores e coordenadoras da ciranda infantil organizaram uma exposição com os trabalhos realizados pelas crianças durante a Marcha.
Na quarta-feira, os 12 mil marchantes participaram da noite cultural, com violeiros, cantores e poetas dos 23 estados em que o MST está presente. Foi uma oportunidade para cada Sem Terra conhecer as manifestações culturais das outras brigadas.
Fonte: MST