Aberta oficialmente na noite de terça-feira (10), no Parlatino, em São Paulo, a 11ª Plenária Nacional da CUT teve ontem (11) suas primeiras votações. Foram aprovados, sem muita polêmica, os conteúdos do texto-base relativos às questões de Conjuntura Nacional e Internacional, Reforma Universitária, Balanço Político Organizativo do Mandato e Estratégia. Nesta quinta (12), serão apreciados os documentos sobre o tema mais polêmico desta Plenária: a reforma sindical. E na sexta-feira serão votadas questões internas da central como Finanças e Recomposição da Direção Executiva, Convocação do 9º CONCUT e Plano de Lutas.
A Plenária é a segunda instância mais importante da vida cutista, atrás apenas dos congressos trianuais que elegem a direção nacional. Através dela, os sindicalistas farão uma avaliação sobre a atual gestão, comandada pelo metalúrgico Luiz Marinho, e tentarão apontar os objetivos a serem perseguidos daqui para a frente.
Aproveitando a relativa tranqüilidade do primeiro dia de debates, as diversas correntes que atuam no interior da Central dedicaram boa parte do tempo à costura de acordos para a votação das polêmicas teses que serão debatidas hoje sobre a reforma sindical.
Teses
Consta entre os documentos preparatórios da Plenária seis documentos distintos sobre o tema. Nenhum deles conseguiu alcançar aprovação por maioria da Executiva Nacional da CUT nos debates que antecederam a Plenária. Por isso, estão sendo apresentados como contribuição ao debate e trazem também a indicação dos(as) dirigentes da Executiva Nacional que os assinam (os números foram acrescentados por nós):
1- CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE – REFORMA SINDICAL – O DESAFIO DE MUDAR A ESTRUTURA SINDICAL BRASILEIRA. Assinado por: Luiz Marinho, João Antonio Felício, Denise Motta Dau, Jacy Afonso de Melo, Ari Aloraldo do Nascimento, João Vaccari Neto, José Celestino Lourenço, Antonio Carlos Spis, Artur Henrique da Silva Santos, Maria Ednalva Bezerra de Lima, Elisangela dos Santos Araújo, Luzia de Oliveira Fati, Carmen Helena Ferreira Foro, Francisco Alano, Lúcia Regina dos Santos Reis e Manoel Messias Nascimento Melo.
2- CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE – REFORMA SINDICAL – UMA REFORMA SINDICAL PARA AMPLIAR A LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO E DEMOCRATIZAR O MUNDO DO TRABALHO. Assinam: Rosane da Silva e Rafael Freire Neto.
3- CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE – REFORMA SINDICAL – PROJETO DE REFORMA SINDICAL É UM RETROCESSO PARA O SINDICALISMO BRASILEIRO. Assinam: Wagner Gomes, Gilda Almeida de Souza, Pascoal Carneiro, Carlos Rogério de Carvalho Nunes e Gilson Luiz Reis.
4- CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE – DEFENDER A CUT CONTRA ESSA REFORMA SINDICAL E A DIVISÃO. Assina: Julio Turra
5- CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE – O DESAFIO DOS TRABALHADORES É ENFRENTAR O NEOLIBERALISMO E A RETIRADA DE DIREITOS. Assina: Agnaldo Fernandes Silva
6- CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE – CONTRA A RETIRADA DE DIREITOS. QUE OS RICOS PAGUEM PELA CRISE! Assinam: Jorge Luis Martins, Lujan Maria Bacelar de Miranda, Francisvaldo Mendes de Souza e Bernadete de Lourdes Rodrigues de Menezes.
O primeiro é assinado pelos integrantes da Articulação Sindical (Artsind), que formam a maioria da Executiva Nacional da CUT. O segundo documento é assinado pelos integrantes da Democracia Socialista (DS), que também apóiam a reforma sindical. O documento seguinte é assinado pelos dirigentes ligados à Corrente Sindical Classista (CSC). O documento 4 leva a assinatura de Júlio Turra, da corrente O Trabalho. As demais tendências da esquerda cutista como a Articulação de Esquerda (AE), Alternativa Sindical Socialista (ASS), Movimento de Unidade Socialista (MUS) assinam as duas outras proposições.
Fonte: Diário Vermelho